Eu não tenho nada contra a pessoa do Zico. Nem posso, não o conheço. Sou vascaíno, então não gosto do jogador Zico. Como brasileiro amante de futebol, minhas restrições em relação ao jogador são baseadas em estatísticas e fatos – e contra fatos não há argumentos.
Se como vascaíno tenho restrições ao jogador, imagine ao clube que ele representa.
O meu time tem um histórico recente complicado no que diz respeito a dirigentes, o que, diga-se, não é um privilégio do Vasco.
Mas o Roberto Dinamite e o Fernandão insistiram como oposição – mais o Fernandão do que o próprio Dinamite – e chegaram ao poder.
Vocês se lembram do Fernandão? Ele, que fundou o movimento de oposição que tirou o Eurico do poder, faz parte da geração de prata do vôlei brasileiro, junto com Bernard, Willian, Montanaro, Renan, Xandó, Badalhoca e Bernardinho, entre outros. Entreguei a idade, né? Pois eu me lembro de acompanhar pela TV jnuto com meu avô os jogos muito emocionantes entre a Pirelli (de Willian e Montanaro) e o Atlântico/Boavista (de Bernard e Bernardinho). Eu vi nascer os saques “jornada nas estrelas”, que só o Bernard acertava, e o hoje tão comum “viagem ao fundo do mar” – essa história de jogar a bola para cima e sacar saltando era só para alguns naquela época.
Mas eu estava falando de clubes do futebol brasileiro, certo? Outro dia mesmo critiquei o nosso futebol aqui no blog, comparando com o futebol americano.
E falando nisso, ontem teve pênalti a favor do Santos, o Neymar estava em campo e quem bateu foi o Zé Eduardo – por que mesmo tiraram o Dorival?
Voltando ao foco...
Roberto Dinamite estava na presidência do Vasco no pior momento da sua história, com os culpados por aquela situação acusando-o de tudo o tempo todo. Não foi fácil e continua não sendo.
O Zico tentou ser dirigente do time onde ele é ídolo. Ao contrário de Fernandão e Dinamite, que lutaram como oposição durante anos, sempre foi incentivado a isso – por toda a torcida e mesmo pelos dirigentes da situação.
Desistiu poucos meses depois. Não resistiu à pressão política dentro de um clube onde o presidente do Conselho Fiscal é um ex-chefe de torcida – uma das mais violentas do futebol carioca. Isso não é democracia, é desorganização, troca de interesses e amadorismo ao extremo.
Não quero simplesmente criticar o Zico, mas acho que ele poderia ter sido mais persistente. Se houvesse de fato altruísmo e amor pelo clube nas suas ações, haveria persistência.
Para não ficar falando do Dinamite e do Vasco e ser acusado de parcialidade, o Careca também tentou ser dirigente e desistiu – SEIS anos depois. Um pouco mas do que o Galinho.
Ser oposição é muito mais fácil do que ser situação no futebol brasileiro. Aliás, em quase tudo.
domingo, outubro 10, 2010
domingo, outubro 03, 2010
Who is watching the watchmen?
Vi no twitter, por Marcelo Tas, que a Folha de São Paulo entrou na justiça para tirar do ar “um site de humor destinado à crítica da cobertura jornalística, o ‘Falha de S. Paulo’”, nas palavras de Lino e Mario Ito Bocchini (responsáveis pelo site) no endereço http://www.falhadespaulo.com.br/, onde divulgam a mesma notícia.
A quem tiver interesse no assunto peço que visite o site e leia o que os dois falam em defesa própria, pois o texto é interessante e se basta.
Não tenho muito o que acrescentar. Confesso que fico estarrecido com a quantidade de besteiras, porcarias e até de informações perigosamente erradas que a liberdade de expressão gera. Mas por mais reacionário que eu seja – não sei se sou, mas meu irmão costuma me acusar disso às vezes – não consigo defender nenhum tipo de censura. Não consigo montar qualquer argumentação convincente para defender a censura.
Hay censura, soy contra.
Acontece que, por mais que a gente saiba que alguns conteúdos fazem muito mal por serem divulgados, a censura seria muito pior. Por uma razão simples: quem tem o critério correto? Quem sabe o que é positivo ou não? O que pode ou não? O que deve ou não ser dito, mostrado, divulgado?
Como neste caso da Folha, por exemplo. Como um dos veículos que vem acusando o governo de fazer censura reage a críticas? Com censura! Não faz sentido. Nos dá a certeza que imparcialidade é utopia.
E se é assim, apelo para o subtítulo da mini-série em quadrinhos escrita por Alan Moore: afinal, quem vigia os vigilantes?
A quem tiver interesse no assunto peço que visite o site e leia o que os dois falam em defesa própria, pois o texto é interessante e se basta.
Não tenho muito o que acrescentar. Confesso que fico estarrecido com a quantidade de besteiras, porcarias e até de informações perigosamente erradas que a liberdade de expressão gera. Mas por mais reacionário que eu seja – não sei se sou, mas meu irmão costuma me acusar disso às vezes – não consigo defender nenhum tipo de censura. Não consigo montar qualquer argumentação convincente para defender a censura.
Hay censura, soy contra.
Acontece que, por mais que a gente saiba que alguns conteúdos fazem muito mal por serem divulgados, a censura seria muito pior. Por uma razão simples: quem tem o critério correto? Quem sabe o que é positivo ou não? O que pode ou não? O que deve ou não ser dito, mostrado, divulgado?
Como neste caso da Folha, por exemplo. Como um dos veículos que vem acusando o governo de fazer censura reage a críticas? Com censura! Não faz sentido. Nos dá a certeza que imparcialidade é utopia.
E se é assim, apelo para o subtítulo da mini-série em quadrinhos escrita por Alan Moore: afinal, quem vigia os vigilantes?
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