segunda-feira, março 22, 2010

Hábito.

Prometi no twitter que hoje atualizaria o blog.
A promessa na verdade era para ontem mas como ainda não dormi, tá valendo!
Hoje eu fiz uma coisa que me deixou bem satisfeito. Algo que comecei ontem e que ainda não terminou, mas já fiz uma grande parcela da parte que me cabe.
Criei o blog do meu pai.
Pois é. Se você conhece meu pai vai achar meio estranho. E mesmo que não conheça, pode achar estranho eu "comemorar" isso. Mas é que meu pai - e isso vai para quem o conhece e para os que não - sempre gostou de escrever. E escreve bem. Mas perdeu a prática.
Fiquei muito feliz quando soube que ele leu meu blog. Não simplesmente pelo fato dele ter lido, mas por ele não ser um internauta, não ter paciência para computador e etc. Mas entrou aqui e leu meus textos.
Agora, ele tem um desafio que eu conheço e sobre o qual já escrevi aqui outras vezes, que é escrever.
Não estou falando do desafio de escrever bem ou mal, mas do desafio de escrever. Criar um blog é fácil, criar o hábito, nem tanto.
Espero que ele ganhe leitores que o incentivem como eu ganhei aqui. Não vou citar, pois certamente serei injusto, esquecerei alguém, mas saber que outras pessoas lêem o que a gente escreve, obviamente dá mais vontade de escrever.
Sendo assim, daqui a alguns dias vou acessar o http://fernando-muriae.blogspot.com para ver se ele começou. E preste atenção: só daqui a alguns dias. Sem forçar a barra.
O hábito de escrever, que estou recuperando aos poucos, tem feito muito bem apra mim, para a minha cabeça. Em todos os sentidos. Tenho certeza que fará para ele também.
Sendo assim, pai, bem vindo aos blogs. Já estou orgulhoso de você!

quinta-feira, março 11, 2010

Escrever para ler

Eu escrevo bem.
Desculpa, a frase não tem nem um pingo de modéstia, mas não era para ter mesmo.
Meu irmão às vezes fica indignado porque eu leio pouco. Na verdade, porque eu escrevo bem demais para quem lê pouco. Vejam bem, a modéstia agora existiu - trata-se de uma frase comparativa, escrever bem para quem lê pouco.
Demorei muito tempo para entender na plenitude o que o Dinho queria dizer, pois demorei para seguir seus conselhos e começar a ler.
Leitura é exercício (essa frase não é nem minha e nem inédita). Comece. Devagar, com textos leves, mas comece. Eu adorava ler biografias de grandes estadistas. Tinha uma coleção super legal que vendia em bancas de jornal com biografias de Hitler, Ho Chi Min, Lenin, Gandhi entre outros, e li todas. Já podia evoluir.
Comprei ou ganhei (não me lembro) um livro chamado "O TAO da Física", do Fritjof Capra. Sensacional! Mas eu nunca consegui terminar de ler. Não é brincadeira. O livro é muito legal. O fato de não tê-lo terminado é um mistério que sequer as teorias do próprio Capra seriam capazes de solucionar, mas o livro é bom! De verdade.
Mas eu ainda estava longe. Até porque isso tudo aconteceu na hora errada, tardiamente - eu já estava na faculdade, acho. Dos livros obrigatórios para o vestibular, por exemplo, li um pedaço do "Memórias de um Sargento de Milícias" e foi muito.
Por fim, para não entrar em muitos detalhes dessa história, comecei a ler romances (indicados pelo Dinho, sempre) e só aí entendi o que ele queria dizer. Depois de ler Machado de Assis, então...
Aí comecei a me aventurar por outros estilos e autores, mas o principal é que eu entendi a diferença entre ler e ler.
Recentemente eu descobri mais uma coisa muito interessante. Óbvia como a necessidade de ler para escrever bem, mas vou compartilhar.
Às vezes, escrever te leva a ler. Quando escrevo sobre algo (aqui no blog ou em qualquer outro lugar) busco escrever sobre assuntos que eu tenha um mínimo de conhecimento. Uma ou outra informação me foge - minha memória é muito ruim - ou mesmo eu não tenho e assim vou atrás.
Olha eu aí lendo...
Não vou ler um romance para publicar um post no meu blog, mas vou fazer pequenas leituras. Leituras preocupadas, responsáveis, tendo cuidado com as fontes, sempre, e citando-as, é claro.
Eu não disse que ler é um exercício? Eu não faço uma maratona por semana, mas sempre que posso, dou uma corridinha...
Experimente!

"Se eu quiser falar com Deus"

Se este não é o meu primeiro post que você lê, não vai esperar uma oração ou um daqueles textos de corrente. Se for o primeiro e você acha que é isso pelo título, esqueça.
Na verdade, andei pensando estes dias e esta é uma expressão bem comum. Alguns dizem que conversam com Deus, outros querem saber como fazê-lo. Alguns acham que isso é uma besteira e eu não estou aqui para discutir crenças.
O título vem entre aspas por causa da música do Gilberto Gil, que é fantástica (pra quem não conhece e mesmo pra quem conhece, a letra com alguns comentários: http://www.gilbertogil.com.br/sec_disco_info.php?id=180&letra). Aliás, o Gil é fantástico. Como compositor. Não vou falar dele como ministro, pois já fugi da discussão religiosa, não vou me meter na política. Futebol a gente até briga...
Sempre me lembro de uma passagem específica da música, que diz "Se eu quiser falar com Deus / Tenho que comer o pão/ Que o diabo amassou". Dispensa comentários.
Mas relendo a letra, chamou a minha atenção o verso: "Tenho que calar a voz". Porque era mais ou menos isso que eu queria falar.
Tem muita gente preocupada em falar com Deus, mas nós estamos preocupados em ouví-Lo? E será que Ele tem essa dificuldade toda em falar conosco? Acho que não.
Ouvir é muito mais difícil que falar. E quando o recado não é direto, propositivo e afirmativo, a gente pode ainda ouvir e não entender - ou não querer entender.
O fato é que eu acho que Deus tem tentado falar com a gente. A natureza, por exemplo, está gritando e a gente finge que não ouve. A gente fica alarmado com o terremoto no Chile (e com razão), mas não se preocupa com a população aqui, na nossa cidade, que vive em situação de risco perene. E continua jogando lixo nas ruas, para amanhã um amontoado dificultar a vazão de águas e criar mais problemas para esta população.
Costumo dizer que as eleições para prefeito de Vitória deveriam acontecer no dia 15 de março. Em outubro, os efeitos das enchentes já foram esquecidos e o eleitor vota no candidato apoiado pelo prefeito (ou no próprio), que fez praças, escolas, etc (não que não deva fazer), mas que sequer tentou melhorar a situação de drenagem da cidade. Não estou falando do prefeito atual - já disse que não quero discutir política. Moro no Espírito Santo há quase 30 anos e vejo isso acontecer repetidamente.
Mas também não queria fazer disso um manifesto do GreenPeace.
Acho que Deus fala comigo, intimamente, abertamente, pra quando eu quiser ouvir. E já passou da hora de eu começar a ouví-Lo.
Vou me esforçar, pois não é fácil.

terça-feira, março 09, 2010

Estou muito feliz com a minha internetworking - hehehe - neologismo com estrangeirismo e com um quê de gerundismo misturados numa palavra só em sua homenagem, Dinho!

Acontece que eu coloquei um aviso no meu orkut e outro no meu twitter de que o blog estava atualizado e recebi alguns comentários. Resolvi chamar isso de internetworking, que seria networking pela internet.

Pra quem não sabe o que é networking, tem uma definição fantástica no twitter do Rafinha Bastos: "Puxar o saco mudou de nome... agora chama networking."

Eu sei que fiquei bem feliz por ter recebido os comentários. Não escrevo no blog para ser lido, mas é bom saber que o que escrevo é lido.

Só tem uma coisa que não é legal nos comentários. Se a pessoa não informar sua conta do blogspot (ou não tiver uma), vem como anônimo e aí eu não sei quem comentou. Alguns deles eu consegui identificar, mas não com certeza. Sendo assim, se você for comentar este post (ou qualquer outro), por favor coloque seu nome no final do comentário, tá?

Junto com os comentários eu também recebi uma crítica, esta veio offline, pessoalmente. Fabiana disse que meus posts estão muito negativos. Ela tem razão. E isso é meio triste, porque há uns dias atrás eu disse que escreveria sobre o meu cotidiano.

Poxa... Meu cotidiano não é negativo assim!

Então minha tarefa é fazer textos mais positivos. E este foi escrito em partes. Tive que parar no penúltimo ponto para ir ao médico e voltei no dia seguinte (agora) - não do médico, voltei a escrever agora.

Pois é. Peguei gripe suína. Não se assustem, como já havia sido amplamente divulgado, o vírus está mais fraco e eu não corro risco de morte.

Mas vocês repararam que interessante? Saio daqui com a frase "Meu cotidiano não é tão negativo assim" e volto com "contraí gripe suína"...

Acho que vou deixar pra postar algo mais positivo depois...

sábado, março 06, 2010

Palestra motivacional? Socorro! Preciso de auto-ajuda.

Não adianta. Eu não gosto de auto-ajuda e nem de palestra motivacional.
Pois é. Eu também não sei qual a diferença entre uma e outra. Quer dizer, uma palestra motivacional é uma palestra de auto-ajuda.
Aliás, o que realmente é auto-ajuda? Para mim soa como estes ritmos musicais para os quais se inventa um nome novo a cada dia. Neste quesito, destaque para o Sertanejo Universitário - já ouviu falar?
Universitário? Como assim? Para tocar determinado ritmo tem que ter diploma? Coitado do Cartola.
Universitário pra mim era marca de algo muito melhor do que a música que esse povo acha que faz, mas este é um comentário que entrega a minha idade e alguns hábitos não muito lícitos do meu passado - se você entendeu, também entregou os seus.
Descobri que existe uma dupla de Sertanejo Universitário - eu tremo quando ouço o termo, vocês não imaginam como é difícil escrever - chamada João Bosco e Vinícius. Outro dia vi um outdoor divulgando o show da dupla e comecei a rir. Pensei: "não seria João Bosco e Chico Xavier?", mas eu estava enganado.
O João Bosco não é aquele que tem um dialeto próprio para cantar e muito menos o Vinícius é o poetinha. Melhor pros médiuns. Pior pra música.
Voltando ao assunto, eu trabalho com vendas, então encontro auto-ajuda onde quer que eu vá. E é preciso muito auto-controle para aguentar isso.
Ontem assisti uma palestra motivacional (ou de auto-ajuda?) e saí inspiradíssimo. Inspiradíssimo para escrever aqui no blog sobre como eu odeio auto-ajuda.
E sabe o que mais me incomoda nesse mercado da auto-ajuda motivacional? A quantidade de enganadores cobrando cachês, colocando dinheiro no bolso e virando celebridades porque são contratados por grandes empresas para repetir piadinhas que circulam na internet há séculos, citar frases de efeito e vender seus próprios livros.
Aliás, livro de auto-ajuda é outra coisa impressionante. Pesquisei o nome de um autor desses no submarino e encontrei 42 opções de compra. Do Raduan Nassar, tem 4. Do Chico Buarque, tem 5. Desculpem-me, não vou citar o autor a que me refiro, mas ninguém vai me convencer que ele tem assunto para 30 livros diferentes (se considerar que algumas das opções de compra são reedições ou pacotes com mais de um título) - duvido que tenha para UM. Aí consegui entender: o cara tem uma editora!
Nessas horas a tecnologia me irrita. É culpa da tecnologia, claro. Quanto mais avançada, mais barata a produção e mais fácil um mané criar uma editora e editar mais de trinta livros falando a mesma coisa que todo mundo já sabe.
Cara, o GreenPeace devia deixar os caçadores de baleias de lado e atacar este sujeito. É muita árvore derrubada por nada!
Tem outra coisa que me intriga. Algumas vezes o "palestrante" não sabe o que é concordância verbal ou nominal básica. Começo a achar até que isso é proposital, pois acontece com muitos deles.
Ou seja, o sujeito é pago para fazer uma palestra mas não sabe falar, é autor de vários livros sem saber bem o português, e algumas pessoas acham que eu é que sou muito exigente.
Para piorar a situação, as pessoas confundem motivação com animação. E os auto-intitulados palestrantes acham que são comediantes e que isso basta.
Também não vou dizer aqui o nome do palestrante de ontem, mas o cara chegou mal arrumado, com um cabelo esquisito, chamando a atenção (negativamente) pela apresentação. Colocou um videoclipe de uma cantora internacional no telão, obviamente sem pagar direitos autorais.
A propósito, taí outra coisa que estes profissionais (qual seria o outro nome pra isso?) ignoram: autoria. É um tal de citar frases sem dizer o autor, exibir filmes, comerciais, tocar músicas e nem dizer de onde vieram.
E fazem pior, às vezes, pois citam frases sem autor e tomam para si a autoria das mesmas. Isso para mim é crime.
E com este não foi diferente. Duvido que ele tenha autorização por escrito para usar as músicas que usa, mostrar fotos de quem ele mostra e coisas assim.
Mas um importante player do mercado inclui no budget do projeto uma boa verba para contratar este coach para alavancar as vendas e garantir que as equipes performem bem logo no start do produto.