sexta-feira, dezembro 31, 2010

Fim de ano...

Queria postar um texto de fim de ano, mas estou absolutamente sem inspiração.
Fui dar uma olhada nas estatísticas do blog e vi que recebi duas visitas do exterior - uma da Croácia e outra da Rússia!
Fiquei super feliz com meus visitantes inesperados, e queria dizer Благодарим за посещение para o russo e Hvala na posjeti para o croata - valeu, mesmo!
Outra visita inesperada que o blog recebeu esses dias foi do pessoal da CESAN. Pois é... Citei a companhia aqui num post e a assessoria de comunicação me achou por causa de um trabalho de monitoramento das mídias digitais. Quero aproveitar e dar os parabéns a eles, pelo trabalho e pela rapidez em tentar resolver as situaçöões citadas. No meu caso, era mesmo um comentário sobre o processo e não necessariamente uma reclamação, então não havia nada a ser feito. Mas fiquei positivamente impressionado com a resposta. Parabéns!

Junto com o ano estão terminando também as minhas férias - duas semanas de muito descanso e improdutividade. Perfeitas, né?
Como recordação, aqui vai uma foto com cara de férias.
Lembra aquela com chapéu, a principal do blog, não lembra? Normal - naquela eu também estava de férias!

Bom, como faltou inspiração, vou parando por aqui, mas não sem homenagear novamente meus amigos russo (a quem desejo Мира, здоровья и успехов в 2011 году) e croata (Mir, zdravlje i uspjeh u 2011 za vas previše).
E é claro que, para a maioria dos meus leitores não terem o trabalho que eu tive de traduzir estas frases, desejo também paz, saúde e sucesso em 2011!

sábado, dezembro 25, 2010

Só no Brasil (3)

Só mais uma pra encerrar...
Minha prima morou em Londres uns anos e voltou agora para o Brasil.
Ela aproveitou bastante para conhecer novos lugares, na Europa e em outras partes do mundo, como na Oceania, por exemplo.
Uma coisa que a deixa impressionada é como no Brasil não temos tecnologia Wi-fi - sim, porque não temos. No mundo todo, em qualquer lugar que você vá, existem redes disponíveis para navegação, menos no Brasil.
Mas nem tudo está perdido, pois apesar de não termos essa disponibilidade de pontos de acesso sem fio, podemos contratar planos de dados junto às operadoras e navegar à vontade, pagando cerca de R$ 60,00 por mês. Bom, essa foi a conclusão precipitada da Laura, antes de saber que as operadoras praticamente não oferecem planos de acesso ilimitado para pessoa física e, se oferecem, o valor da mensalidade é o dobro disso ou mais. E com aquela qualidade!
Você certamente já leu matérias sobre o crescimento da internet no Brasil. Pois bem. A internet vai crescer na medida que houver acesso a ela, barato (ou, de preferência, gratuito) e de qualidade. Aí, entra a mesma lógica do comércio eletrônico - crescer, mas pra onde?

Só no Brasil (2)

Mais uma da série "tem coisas que só acontecem no Brasil"...
É um fato que o comércio eletrônico no Brasil cresce muito, e tende a crescer cada vez mais. Mas tem muita coisa pra melhorar até que possamos dizer que temos um comércio eletrônico realmente eficaz.
Comprei presentes de Natal para o meu filho nos EUA. Tinha uma amigo vindo passar o fim de ano, então mandei entregar na casa dele e ele trouxe para mim. Alguns itens comprei na Amazon, que é uma empresa bem reconhecida e forte no comércio eletrônico, mas outros comprei na loja online do Pittsburgh Steelers (time de futebol americano pelo qual Dudu e eu torcemos).
O Galvão sairia de lá na sexta-feira, já era segunda da mesma semana e eu não tinha comprado ainda. Resolvi arriscar. Como o que eu comprei de mais caro era na Amazon, fiquei mais tranquilo, mas sem levar muita fé na entrega da loja do time.
Resumindo, quinta-feira já estava tudo lá, prontinho para trazer.
O que isso tem a ver com o nosso comércio eletrônico?
Pergunte ao meu pai que foi convencido por nós a comprar uma lavadora de roupas pela web - e no Submarino, que deve ser o maior e melhor site de compras do Brasil! Eles PERDERAM uma máquina de lavar roupas.
Quando entregou meu pedido, tanto a Amazon quanto a loja dos Steelers me mandaram e-mail avisando. Se minha mãe não ligasse insistentemente para o Submarino, ia ficar sem a máquina e sem saber que a mesma não seria entregue, pois eles não deram nenhuma satisfação.
Torço para chegarmos lá, mas não dá pra ficar tentando se enganar, dizendo que o comércio eletrônico no Brasil evoluiu só porque mais pessoas compraram - com essa estrutura, quanto mais pessoas comprarem maior será o número dos que não acreditam no comércio eletrônico.
Como meu pai.

Só no Brasil (1)

Tem coisas que só acontecem no Brasil, não é?
Ainda agora, no mês de dezembro, precisei fazer uma consulta de viabilidade técnica de concessionárias (água, esgoto e luz) de um terreno. Precisava de retorno da Escelsa e da Cesan.
Não sabia como fazer, então busquei nos sites de ambas as empresas e consegui as informações com muito mais facilidade no site da Cesan - tinha que imprimir um formulário e ir até um posto de atendimento da companhia (no caso, o mais próximo é no centro da cidade) onde eu retiraria uma guia para pagamento. Feito o pagamento (de um valor próximo de R$ 750,00!), deveria retornar ao mesmo local com a guia paga, o formulário preenchido e um ofício solicitando a viabilidade. Tudo com assinatura do responsável técnico (devidamente registrado no CREA) e de quem assina pela empresa. Ah!, e em duas vias - afinal era água e esgoto (é sério).
Apesar de não ter encontrado no site a explicação de como fazer o mesmo procedimento junto à Escelsa, uma pessoa que trabalha comigo me deu o telefone do setor e o nome da pessoa que faz isso. Liguei, recebi um formulário por e-mail, preenchi e reenviei por e-mail mesmo. Nada de assinaturas, nada de vias, nada de taxas.
Isso tudo aconteceu entre os dias 16 e 17 de dezembro e nos dois casos me deram o prazo de 30 dias para ter retorno.
Dia 23 recebi uma ligação da pessoa da Escelsa confirmando meu endereço para envio do retorno à minha solicitação.
Ao receber a informação do prazo na Cesan, perguntei: "30 dias é prazo limite ou prazo mínimo - quero dizer, existe a possibilidade de sair antes?"
E o rapaz que me atendeu esboçou um sorriso e devolveu a pergunta: "você conhece alguém lá na Cesan?"

sábado, dezembro 18, 2010

A pedidos

Nessa época de fim de ano, toda hora tem uma comemoração acontecendo. Colegas de escritório, amigos de escola, amigos simplesmente e famílias. Ontem foi a equipe online da Lopes (Vitória) que fez sua reunião de confraternização.
Para eles foi mesmo um ano importante, um ano em que a equipe se consolidou, mostrou bons resultados e se fortaleceu.
Especialmente para a Fabiana, foi um ano muito positivo, de realizações e crescimento profissional - ou seja, o ano tinha motivos de sobra para ser comemorado.
O local da comemoração foi escolhido pelo Alberto e pela Val, e o resultado não podia ser outro: samba de raiz sexta-feira à noite no Canto do Ímã.
E é por isso que resolvi escrever. Às vezes a gente se surpreende positivamente com algumas coisas, gosta, mas não divulga. Quando a surpresa é negativa, a gente sai contando para todo mundo ou, no meu caso, divulga no blog alguma crítica. Quero fazer diferente hoje.
Convido a todos que gostam da boa música brasileira a aparecerem por lá às sextas. Não conheço o pessoal que toca - quando são amigos a gente costuma divulgar mais - mas percebi que tocam com prazer, como se estivessem só se divertindo o tempo todo.
Destaque muito especial para o repertório, que não foi contaminado por essas coisas que hoje em dia alguns desavisados insistem em chamar de pagode. Muito Chico e outros sambas de verdade.
Destaque também para os fãs. Isso mesmo. Como foi a minha primeira vez lá, não sei dizer se é uma galera que frequenta todos os shows ou se são parte do grupo, mas é bem legal ver a turma empolgada, cantando junto, dançando sem inibição, de vez em quando pegando um instrumento e entrando mesmo na brincadeira.
Gente de todo tipo - jovens, velhos, crianças, casais, solteiros, amigos, ficantes, cantores de fim de semana, sambistas de fim de semana e alguns desavisados (eu tô nessa categoria) - todos curtindo muito e na maior paz, na maior harmonia.
Foi muito divertido, pelas pessoas, pelo visual, pela festa e pela música. Valeu mesmo a pena e eu sinceramente recomendo.
Ah, e para explicar o título do post, ontem mesmo, durante o samba, entre uma "janela" e outra, a Savana me intimou a escrever sobre o samba aqui no blog.
Taí, Savana, a pedidos.

sábado, dezembro 04, 2010

Telemarketing

Quem não tem uma história triste - e ao mesmo tempo engraçada - com atendimentos telefônicos desastrosos?

Ao tentar fazer a portabilidade de seu número de telefone fixo da Oi para outra operadora, minha mãe percebeu que, apesar da conta trazer seu nome, o cpf é o do meu pai. Isso porque a linha é nossa há mais de vinte anos e, naquela época, minha mãe não declarava imposto de renda - era simplesmente dependente do meu pai - e não tinha cpf.

Até aí morreu Neves - pra usar uma expressão da época em que mulheres usavam o cpf do marido. Liga-se para a Oi. Explicada a história, a solicitação é que seja feita a alteração do nome - tirar o da minha mãe e colocar o do meu pai - ou o contrário com os cpfs.

Depois de contar para o meu pai que o nome da mãe dele é na verdade o nome da sogra, de horas tentando explicar a situação, é dada a solução pela operadora - a segunda ou terceira daquela ligação: o senhor tem que ir até a receita federal regularizar seu cadastro.

"Receita Federal? Mas não tem nada de errado com meu cadastro na Receita. Você sugere que eu vá até a Receita e diga exatamente o quê? Imagine a cena: eu na Receita Federal explicando que estou ali para fazer a portabilidade numérica do meu telefone. Pergunto: se eles me prenderem alegando falta de juízo mental, você se responsabiliza por me soltar?"

Foi com esse bom humor todo que meu pai resolveu desistir e desligar o telefone depois de muito tempo perdido em cada uma das duas ligações.

Minutos depois eu liguei para a mesma operadora solicitando um acerto no meu cadastro: "descobri que meu nome está errado na minha conta de telefone e preciso alterar." "Pois não, senhor, aguarde só um momento."
Musiquinha irritante, alguns minutos de espera e o problema que durara uma tarde e uma noite estava resolvido. 

A demora é culpa do meu pai. Ele liga para o atendimento onde as moças e rapazes atendem a ligação, ouvem, falam e digitam ao mesmo tempo. E ainda quer que eles raciocinem! É covardia!

domingo, novembro 28, 2010

Fórmula Mágica

Ontem, por acaso, encontrei três corretores ao mesmo tempo num mesmo produto na região da Praia do Canto.

O que pode parecer um fato simples me deixou ainda mais animado e achei interessante citar, pois é um sinal claro para os muitos céticos de plantão de que o mercado imobiliário não está parado – pelo contrário. E os clientes comprarem ou não os apartamentos que viram não tira a força deste fato.

Quem lê o blog já deve ter notado que evito falar de mercado imobiliário. Prefiro tratar de assuntos e opiniões mais pessoais, até mesmo para que qualquer coisa que eu diga não se confunda com a opinião da empresa onde trabalho e que, querendo ou não, represento de alguma forma.

Aliás, isso é um ponto que deveria ter maior atenção das empresas. Num post aqui no blog, de julho de 2007, citei uma frase do Sergio Zyman e vou repeti-la: “tudo comunica: tudo o que se faz ou deixa de fazer, ou que se diz ou deixa de dizer”.

A frase é do livro “Propaganda que Funciona” e o post onde ela é citada – e que fala um pouco mais deste assunto – é o texto “Comunicação e Profissionalismo” (link) que também foi publicado na revista “Pão & Sabores”.

Hoje em dia virou moda falar em administração de redes sociais – isso certamente tem um nome em inglês que eu ainda não ouvi ou não me lembro agora. Quer dizer, as pessoas querem monitorar de alguma forma o que as redes sociais estão falando sobre determinada empresa.

Preparem-se para uma surpresa incrível: redes sociais não falam. Oh!

Aliás, antes de qualquer coisa, eu odeio o termo “redes sociais”. Já disse isso antes.

Mas elas não falam. Pessoas falam. Ou escrevem, ou “tuitam”, ou “postam”... E o que as pessoas falam de uma empresa é, necessariamente, uma reação a algo que a empresa comunicou antes. E aqui é preciso entender comunicação na amplitude que trata o Sergio Zyman. Ou seja, mesmo o que a sua empresa deixou de dizer ou de fazer pode ser a mola propulsora de uma reação em cadeia de clientes, futuros clientes e clientes em potencial (eu tinha escrito prospects, mas cansei de aspas e itálico neste texto).

O que a internet tem a ver com isso? Nada. Mas ao mesmo tempo tudo. Acontece que com a facilidade cada vez maior de acesso à rede mundial, as pessoas se relacionam com mais pessoas ao mesmo tempo e este tempo é cada vez menor. Isso significa que uma bola fora da sua empresa em Vitória/ES não demora a se espalhar e chegar a outras cidades, outros estados e outros países. Da mesma forma, uma boa ação também pode se espalhar e trazer resultados positivos.

Aí aparecem os grandes marqueteiros com suas fórmulas mágicas cheias de termos em inglês e siglas inovadoras para oferecer soluções para este impasse da vida moderna. Empresas especializadas nisso. Novas funções, novos profissionais, novas carreiras, e quase sempre novos gastos. Tá bom, investimentos. Mas o problema nem é esse.

A questão é que não importa se você administra suas redes sociais, se tem uma pessoa ligada em todas as mídias o tempo todo monitorando o que se fala, se você não faz por onde ser bem falado.

E aí não é só de comunicação (leia-se publicidade, assessoria de imprensa, RP, editoriais, etc.) que estamos falando, mas de toda a comunicação da sua empresa. Das experiências que seu cliente tem quando interage com você, seja por internet, por telefone, no ponto de venda físico ou principalmente consumindo seu produto ou serviço.

Em resumo, se você quer fazer um bom “marketing em redes sociais” (outra febre do momento), eu tenho uma fórmula mágica, que deixarei a seguir, resumida na frase de um grande filósofo dos nossos tempos – não sem antes contar uma breve história da mesma.

O Galvão é um analista de sistemas (nem sei se ainda se usa o termo, mas ele é formado nisso, então...) muito competente e antes disso um grande amigo. Trabalhamos juntos na época em que eu achava que poderia ser um dia analista de sistemas também. Todas as vezes que ele me dava dicas para resolver alguma rotina que não estava funcionando ou coisas do tipo, repetia esta frase, que pode ser uma luz para muita gente: “Faz certo que dá certo”.

domingo, novembro 07, 2010

10 de outubro

É a data do meu último post.

Se não me engano é também dia do aniversário do Barbieri – aquele que foi vice-diretor do Marista na época que estudei lá. Minha memória é meio esquisita, pois tenho dificuldade de guardar algumas coisas e de repente encontro coisas assim, que já não fazem parte do meu dia a dia. Tá bom. À medida que a gente vai ficando velho as memórias mais recentes se perdem rapidamente e as mais antigas vêm à tona, né? Nem comento...

Alguém aí tem notícias do Barbieri, aliás?

Eu sei que é quase um mês sem escrever e isso me incomodou um pouco. Quase uma crise de abstinência. Porque os assuntos apareceram, várias coisas aconteceram que eu queria comentar, mas não parava para escrever. Agora, não sei sobre o que escrever.

Talvez um pout-pourri. Juntando a bolinha de papel do Serra com aquela coisa ridícula de um coordenador de escola fazendo revista em meninos de quinta série para procurar o cartão de passe escolar da professora. E juntando isso com o mesário sem noção querendo aparecer mais que a Dilma e ainda vários assuntos de futebol.

Futebol teria que ter um capítulo à parte, porque é uma caixinha de surpresas mesmo. Em formato de pout-pourri: lembram que o Dorival foi demitido do Santos por tentar colocar alguma disciplina no Neymar? Assumiu o Atlético Mineiro, que foi deixado na zona do rebaixamento pelo Luxemburgo – esse mesmo que diz que vai fazer chover lá naquele time. Aliás, ele entrou naquele time no lugar do Silas, que quando veio tinha deixado o Grêmio exatamente na zona do rebaixamento. E por sinal, os dois foram contratados ganhando mais do que o Andrade, técnico então campeão brasileiro, pediu de salário para ficar. Mas voltando ao Dorival, desde que assumiu o Galo, este saiu da zona do rebaixamento por duas vezes. A primeira, justamente na rodada em que o Neymar perdeu um pênalti e a segunda agora, jogando contra o Santos.

E o Ronaldo? E o dinheiro do Corinthians? Os caras por lá tem o toque de Midas, ou o gordinho é o próprio. O Parque São Jorge virou ponto turístico em São Paulo, só pra ver o cara. E agora ele entrou com essa de que vai jogar todas as partidas até o limite para ajudar o Corinthians e tal. O cara tá com o mesmo peso que eu e a mobilidade bem parecida, mas deixam ele sozinho na área... Mas o que me impressiona mais é que ele sabe jogar com a bola e com a imagem – e parece estar muito melhor assessorado agora. Não tem mais escândalo, não tem mais aquelas reportagens falando do peso dele. Ele já é o herói do time e, se o Timão ganhar o campeonato, vai virar Rei.

E a arbitragem do Brasileiro continua sofrível. Nem dá pra reclamar como torcedor, porque os caras estão prejudicando todo mundo. Aquele do São Paulo e Cruzeiro, um lance que não foi falta, fora da área, e o cara deu pênalti foi o mais emblemático, mas está longe de ser excessão! Todo mundo foi prejudicado em algum momento e nenhum árbitro se salva este ano. Quer dizer, todos se salvam e esse é o problema.

Abusei do espaço para o futebol, né? Virou um post só de futebol. Mas tinham outros assuntos para tratar. Alguns de cujos fatos não me lembro bem, então vou citar e se preciso volto nos assuntos depois.

Por exemplo, uma matéria da Veja tratando de um empresário que afirmava ter pagado parte de uma propina combinada com o pessoal lá da Casa Civil (Erenice e Cia.). Eu até achei a matéria boa, só não vi ninguém pedindo a prisão (ou a punição que for prevista em lei) para o corruptor. Quer dizer, se o cara admitiu ter feito o pagamento, tem que correr atrás de quem recebeu, provar que recebeu e prender, mas ele como agente da corrupção já deveria ser preso imediatamente, não? Esquisito.

Esquisito também um assunto que a Miriam Leitão levantou dia desses sobre o Arquivo Nacional e o Superior Tribunal Militar (STM), que está no blog dela (clique aqui para ler na íntegra) e que foi objeto de uma coluna da própria na CBN.

Vou usar as palavras dela a seguir, mas acho que vale a pena conferir o blog no link acima. Segundo a Miriam Leitão, “(...) alguns jornalistas procuraram informações do processo da então candidata Dilma Rousseff, mas o STM pegou os documentos, colocou no cofre e disse que ninguém poderia ter acesso. (...) A Folha de S.Paulo, que quis ter acesso a esse documento, foi ao STF pedindo para decidir se o STM tinha o direito de trancar os documentos. Mas o Supremo arquivou o pedido do jornal. Fica-se sabendo que o Supremo acha que o STM está acima dele. Isso tem a ver com direito constitucional de acesso à informação.”

Isso tem a ver com censura, com ditadura, com inércia da população frente a tudo que vem acontecendo e também tem a ver com falta de esperança para o Brasil. Mas eu nem estou a fim de discussões tão profundas agora – talvez num próximo post.

Aliás também não quero discutir, mas preciso citar a minha... sei lá o quê... com a história da professora de 33 anos, casada, que tem um caso com uma de suas alunas, de 13 anos. Fiquei estupefato. O mundo está acabando. Não, não me chamem de careta.

Para falar de coisas boas, neste mesmo período que fiquei sem escrever aconteceu o meu aniversário. Eu adoro meus aniversários, mesmo quando não faço festa, como foi este ano. Gosto de receber as ligações de parabéns, algumas surpreendentes, todas agradáveis. É bem verdade que gosto cada vez menos de completar anos, mas ainda gosto dos meus aniversários. Acho que estas duas coisas não deveriam ser tão ligadas assim. A gente podia fazer aniversário uma vez por ano, mas só aumentar a idade de quatro em quatro anos, por exemplo. Ia ser bem legal.

E por falar em ficar velho, ando pensando que, ao contrário do que se diz, o futuro está nas mãos dos mais velhos. Ou que eles (eu deveria usar “nós” aqui?) são imprescindíveis para um futuro melhor. Mas neste assunto eu volto depois.

Enfim, fui dar uma lida no que escrevi e percebi que além de muito grande, o texto está confuso. Vai assim mesmo. Volto logo!

domingo, outubro 10, 2010

É fácil ser oposição.

Eu não tenho nada contra a pessoa do Zico. Nem posso, não o conheço. Sou vascaíno, então não gosto do jogador Zico. Como brasileiro amante de futebol, minhas restrições em relação ao jogador são baseadas em estatísticas e fatos – e contra fatos não há argumentos.

Se como vascaíno tenho restrições ao jogador, imagine ao clube que ele representa.

O meu time tem um histórico recente complicado no que diz respeito a dirigentes, o que, diga-se, não é um privilégio do Vasco.

Mas o Roberto Dinamite e o Fernandão insistiram como oposição – mais o Fernandão do que o próprio Dinamite – e chegaram ao poder.

Vocês se lembram do Fernandão? Ele, que fundou o movimento de oposição que tirou o Eurico do poder, faz parte da geração de prata do vôlei brasileiro, junto com Bernard, Willian, Montanaro, Renan, Xandó, Badalhoca e Bernardinho, entre outros. Entreguei a idade, né? Pois eu me lembro de acompanhar pela TV jnuto com meu avô os jogos muito emocionantes entre a Pirelli (de Willian e Montanaro) e o Atlântico/Boavista (de Bernard e Bernardinho). Eu vi nascer os saques “jornada nas estrelas”, que só o Bernard acertava, e o hoje tão comum “viagem ao fundo do mar” – essa história de jogar a bola para cima e sacar saltando era só para alguns naquela época.

Mas eu estava falando de clubes do futebol brasileiro, certo? Outro dia mesmo critiquei o nosso futebol aqui no blog, comparando com o futebol americano.

E falando nisso, ontem teve pênalti a favor do Santos, o Neymar estava em campo e quem bateu foi o Zé Eduardo – por que mesmo tiraram o Dorival?

Voltando ao foco...

Roberto Dinamite estava na presidência do Vasco no pior momento da sua história, com os culpados por aquela situação acusando-o de tudo o tempo todo. Não foi fácil e continua não sendo.

O Zico tentou ser dirigente do time onde ele é ídolo. Ao contrário de Fernandão e Dinamite, que lutaram como oposição durante anos, sempre foi incentivado a isso – por toda a torcida e mesmo pelos dirigentes da situação.

Desistiu poucos meses depois. Não resistiu à pressão política dentro de um clube onde o presidente do Conselho Fiscal é um ex-chefe de torcida – uma das mais violentas do futebol carioca. Isso não é democracia, é desorganização, troca de interesses e amadorismo ao extremo.

Não quero simplesmente criticar o Zico, mas acho que ele poderia ter sido mais persistente. Se houvesse de fato altruísmo e amor pelo clube nas suas ações, haveria persistência.

Para não ficar falando do Dinamite e do Vasco e ser acusado de parcialidade, o Careca também tentou ser dirigente e desistiu – SEIS anos depois. Um pouco mas do que o Galinho.

Ser oposição é muito mais fácil do que ser situação no futebol brasileiro. Aliás, em quase tudo.

domingo, outubro 03, 2010

Who is watching the watchmen?

Vi no twitter, por Marcelo Tas, que a Folha de São Paulo entrou na justiça para tirar do ar “um site de humor destinado à crítica da cobertura jornalística, o ‘Falha de S. Paulo’”, nas palavras de Lino e Mario Ito Bocchini (responsáveis pelo site) no endereço http://www.falhadespaulo.com.br/, onde divulgam a mesma notícia.

A quem tiver interesse no assunto peço que visite o site e leia o que os dois falam em defesa própria, pois o texto é interessante e se basta.

Não tenho muito o que acrescentar. Confesso que fico estarrecido com a quantidade de besteiras, porcarias e até de informações perigosamente erradas que a liberdade de expressão gera. Mas por mais reacionário que eu seja – não sei se sou, mas meu irmão costuma me acusar disso às vezes – não consigo defender nenhum tipo de censura. Não consigo montar qualquer argumentação convincente para defender a censura.

Hay censura, soy contra.

Acontece que, por mais que a gente saiba que alguns conteúdos fazem muito mal por serem divulgados, a censura seria muito pior. Por uma razão simples: quem tem o critério correto? Quem sabe o que é positivo ou não? O que pode ou não? O que deve ou não ser dito, mostrado, divulgado?

Como neste caso da Folha, por exemplo. Como um dos veículos que vem acusando o governo de fazer censura reage a críticas? Com censura! Não faz sentido. Nos dá a certeza que imparcialidade é utopia.

E se é assim, apelo para o subtítulo da mini-série em quadrinhos escrita por Alan Moore: afinal, quem vigia os vigilantes?

quarta-feira, setembro 22, 2010

Futebol profissional?

Adoro futebol e quem me conhece sabe disso. Também curto e acompanho um pouco de futebol americano. E muitas vezes me pego questionando: por que não conseguimos, com um país tão grande, uma paixão infinita distribuída por todo lado, fazer do nosso futebol um negócio lucrativo e espetacular como o pessoal lá da América do Norte faz com o deles?

Mas quando estou no meio destes questionamentos, vem uma notícia como a que acabei de ler com pesar: a diretoria do Santos demitiu o Dorival Júnior por ter barrado Neymar da partida contra o Corinthians.

Você acompanhou a polêmica na semana passada? Se não, vou resumir: sabe aquelas pontinhas de molecagem (no mal sentido) que apareceram do Neymar depois dos títulos conquistados?

Pois bem, desde que recusou uma proposta milionária do Chelsea e acertou um contrato também milionário com o próprio Santos, o garoto acha que pode fazer tudo. O Dorival tentou controlar e mostrar para ele que não é bem assim. A diretoria do Santos mostrou para o Dorival que é bem assim, do jeito que o Neymar quiser.

A liga nacional do futebol americano (NFL) suspendeu o quarter back do Pittsburgh Steelers, Ben Roethlisberger, por quatro jogos por ter se envolvido em escândalos extra-campo. Nada de escolta armada em festas com traficantes, e ele já até foi inocentado das acusações, mas a punição está mantida. E para quem não sabe, o Big Ben (como é conhecido) é o jogador mais importante do time campeão da penúltima temporada.

Eu tinha discordado do René Simões, quando ele disse que estavam criando um monstro, mas acho que a diretoria do Santos gostou da idéia, e resolveu deixar o Gremlin comer depois de meia-noite.

Não entendeu? Ou você é mais novo que eu ou tem memória curta.

terça-feira, setembro 21, 2010

Brincando de Fazendinha

Li uma matéria na Exame (Ed. 975) sobre jogos sociais na internet.

Tá. Pra começar, o que exatamente são jogos sociais? Não precisa responder, eu sei. Mas de onde vem este nome? São jogos que estão inseridos em redes sociais? E por que elas se chamam redes sociais?

Bom, a proposta não é uma discussão semântica então vamos evoluir.

A matéria diz que “os jogos sociais devem movimentar 1,5 bilhão de dólares em 2010 e crescer cerca de 60% ao ano até 2015” para, em seguida, apresentar outras cifras igualmente impressionantes, como compras de empresas de jogos por cerca de meio bilhão de dólares.

Sem querer fazer análises muito profundas disso tudo, sinceramente, taí um filme que eu já vi.

No início desta década, a bolsa americana de tecnologia, a NASDAQ, explodia com IPO’s milionários de empresas com meses de existência. Outras recém-nascidas eram compradas pelos mesmos milhões quase antes de começar a operar – tudo por conta de uma idéia inédita e interessante (ou nem tanto).

Aliás, aqui mesmo no Brasil pipocavam idéias inéditas e interessantes (ou quase isso). E os empresários pontocom saíam correndo de suas fraldas para uma sala de negociação com um grande banco para discutir quanto aquelas brincadeiras da faculdade valeriam em dólares, em ações, etc.

Mas era só isso. Eram idéias inéditas e interessantes, não eram negócios rentáveis, muito menos empresas. As pessoas sequer sabiam de onde viria o dinheiro depois do aporte de ações ou da compra. Como os jovens e meteoricamente valorizados executivos seriam remunerados depois que a coisa começasse a andar? Como as sedes maravilhosas e super modernas, em endereços valorizadíssimos, seriam mantidas? Isso eram detalhes.

Pois bem, este cenário ficou conhecido depois como a bolha da internet, mas parece que as pessoas não se lembram disso. Época de eleição é sempre um bom momento para falar de memória curta, não é mesmo?

E por falar em memória, a minha, que é ridícula, foi cutucada por uma outra passagem da mesma matéria que me fez lembrar da pergunta que permeava as conversas sobre novas empresas após a bolha: “Apesar de todo o entusiasmo gerado em torno dos tais joguinhos, ainda não está claro qual o modelo de negócios ideal para garantir a sobrevivência dessas empresas no longo prazo – e tampouco como algumas marcas continuarão tirando proveito da sua popularidade.”

E para fechar com chave de ouro a matéria traz de volta o Second Life – vocês lembram dele? – como um exemplo de movimentos de manada que deram em nada.

A rima foi sem querer.

domingo, agosto 15, 2010

Campanha eleitoral

Já disse aqui que não gosto de política, e evito falar do assunto.

Mas na verdade não vou falar de política, e sim de respeito – ou da falta dele.

Dia desses estava passando na Saturnino de Brito,uma via bastante importante de Vitória, e como precisava entrar à direita,estava naquela pista. Na minha frente, um caminhão de som com propaganda de um candidato a deputado, andando a pouco mais de 20km/h. Era um dia útil, próximo das 14h. Resumindo, o candidato estava atrapalhando o trânsito num horário relativamente complicado.

Mas claro que ele não é o único. Tem um candidato a governador cujo escritório central de campanha fica numa rua da Praia do Canto. A rua tem passado por algumas reformas necessárias, e CESAN e prefeitura até que têm respeitado os moradores, pois quando há bloqueio de alguma das pistas colocam sempre uma pessoa para ajudar no controle de tráfego, reduzindo os transtornos.

As obras da CESAN já acabaram e a PMV ainda termina uma pequena intervenção num ponto que não deveria atrapalhar a ninguém.

Não deveria, mas atrapalha. Acontece que este ponto fica muito próximo do comitê do candidato a governador e a equipe que ali trabalha não tem nenhuma noção de respeito às leis de trânsito e muito menos aos moradores.

Carros com adesivos do candidato e de seus correligionários estacionados na esquina diminuem a área disponível para passagem e criam risco de colisão no caso de dois veículos passando em sentidos opostos ao mesmo tempo.

Vans estacionadas a 90º ocupando mais da metade da pista e até mesmo paradas em fila dupla – literalmente no meio da rua – causam transtornos para os moradores de uma rua normalmente tranqüila e de pouco movimento.

Não citei os nomes dos candidatos por duas razões. A primeira é que, como disse antes, não gosto de política e não quero dar a impressão que estou a favor ou contra este ou aquele candidato. A segunda razão é que acho que serei injusto ao citar, pois tenho certeza que estes dois me incomodaram mas outros candidatos agem com a mesma falta de respeito em outros locais, outros horários, atrapalhando outros eleitores.

Mas a pergunta que não quer calar é a seguinte: hoje estes candidatos estão se esforçando para convencer os eleitores a votar neles. Amanhã, se eleitos ou quando eleitos, não precisarão mais de aprovação pública para todos os seus atos. Se hoje, precisando de algo, eles me desrespeitam dessa forma, o que deve acontecer com sua eleição?

Não vale responder “o de sempre”.

Mais esportes.

Gosto muito de esporte. Queria e deveria praticar mais, mas acompanho bastante, e não é só futebol.

E, na minha opinião, em competições de alto nível, o que faz realmente a diferença hoje são os atletas que surpreendem, que fazem não somente além do que se espera, mas diferente do que se espera.

Também acho que tudo isso tem que vir acompanhado de números e resultados.Caso contrário, ou a diferença é eventual ou falta objetividade, aí o atleta vira artista – é uma outra categoria. Prefiro aqueles que são as duas coisas, atleta e artista.

Há algum tempo assisti uma entrevista com o Falcão, do futsal, onde ele falava algo parecido com isso. Disse que teve que mudar seu estilo de jogo, pois todos os dribles fantásticos não necessariamente resultavam em gols ou jogadas de gol, então ele buscou maior objetividade. Se você acompanha futsal sabe que a mudança funcionou. O Falcão é um atleta artista, ou vice-versa, e eu sou seu fã.

Outro atleta celebridade é, sem dúvidas, o Valentino Rossi. Claro que é um cara que usa muito e bem a mídia, mas isso também é ser artista.

Estava assistindo a prova de Moto GP da República Tcheca e o piloto italiano vinha na sétima posição, no segundo pelotão que estava mais de seis segundos atrás do primeiro grupo, formado pelos cinco primeiros colocados.

Neste momento, um telespectador enviou pergunta ao comentarista sobre a situação física do Doctor, fazendo referência à fratura exposta sofrida por ele há poucos meses, e a resposta foi como uma justificativa: que ele ainda não está 100% recuperado, correndo no sacrifício e que dificilmente chegaria entre os cinco.

Terminou a corrida em quinto, o que já seria suficiente para derrubar o comentarista, mas algumas voltas depois da resposta, o mesmo comentarista teve que se corrigir. The Doctor chegou a ser candidato ao pódium. Isso é surpreender. Isso é fazer diferente do que se espera.

E se eu disse que tem que ser acompanhado de resultados, vamos dar uma olhadinha na Wikipedia: “(...)Rossi começou a correr no MotoGP, no Grand Prix da 1996, pela Aprilia, na categoria de 125cc e venceu o seu primeiro campeonato mundial no ano seguinte. A partir de então, transferiu-se para a categoria 250cc, novamente com uma Aprilia, e ganhou o Campeonato Mundial em 1999. Ganhou o Campeonato Mundial de 500c com uma Honda, em 2001. Conquistou os Campeonatos Mundiais de 2002 e 2003 do MotoGP também com uma Honda, e continuou sua conquista de campeonatos do MotoGP em 2004, 2005, 2008 e 2009, depois de deixar a Honda e entrar para a Yamaha.”

Dispensa comentários.

sábado, julho 31, 2010

E a Copa?

Muito tempo se passou e eu não falei da Copa. Não posso deixar de falar, mesmo atrasado.

Ainda defendo o Dunga. Coerência e responsabilidade são duas qualidades que ele demonstrou, sem dúvida. E paciência. É, paciência, apesar do episódio com o jornalista da Globo. Eu, certamente, não teria a paciência que ele teve com a imprensa brasileira.

Aliás, na minha opinião, a posição em que a atuação brasileira foi mais sofrível no mundial da África foi, definitivamente, atrás dos microfones.

Foi um festival de comentários sem conteúdo proferidos por comentaristas sem história ou sem respaldo para falar do assunto.

Achei um absurdo a forma como Casagrande, Júnior e Falcão falaram do Dunga. Vamos recapitular. Primeiro, o Dunga ganhou a Copa de 94. Os três tiveram oportunidade e não ganharam nenhuma. Segundo, o Dunga era, naquele momento, treinador da seleção brasileira, posição que merece respeito. Posição que o Falcão ocupou e não fez absolutamente nada. E que o Júnior não ocupou, entre outras coisas, porque quando tentou ser técnico de futebol aprontou um papelão no Corinthians em 2003, entregando o cargo após 3 rodadas.

Em resumo, os dois merecem respeito como jogadores (foram craques), mas como treinadores tiveram carreiras curtas e inexpressivas (ou seria desastrosas?).

Em comparação com o Dunga, no entanto, este tem o maior título do futebol como jogador e como treinador fez uma campanha muito vencedora com a seleção brasileira – muito mais do que os dois conseguiram.

O Casagrande? Não, não esqueci, não. É que estou falando em respeito e colocar o Casagrande neste rol seria falta de respeito.

E o Felipe Melo? Não vou defender, nunca fui fã do futebol dele, mas a perseguição da imprensa foi ridícula.

Para a imprensa nacional, a seleção saiu da Copa por culpa dele. Ninguém falou que ele estava pronto para tirar a bola do primeiro gol holandês e não o fez porque o louco do Julio César subiu em direção a uma bola imaginária e deu um soco na cabeça do jogador brasileiro enquanto o Sneijder comemorava.

Outra marca da perseguição foi a enorme repercussão da imagem do pisão que gerou a expulsão do Felipe Melo. Mas eu não vi a mídia nacional repercutir o pedido do Mourinho (considerado pela mesma imprensa brasileira o melhor treinador do mundo) ao Real Madrid para contratar o meia brasileiro.

Ah, você não viu isso? Mas o pisão você viu. E deve ter visto mais vezes do que viu a entrada de sola do holandês De Jong no peito do Xabi Alonso, que foi outro absurdo.

Mas a imprensa brasileira precisava falar mal do Dunga e dos seus convocados.

E o pior, o que realmente atesta a falta de qualidade profissional da imprensa brasileira na Copa, é que ninguém relacionou a eliminação do Brasil com a saída do Elano, o que desequilibrou o esquema e o time do Dunga. Ou seja, ninguém que estava lá com a função de analisar tecnicamente a participação da nossa seleção (pelo menos teoricamente) levou em conta os aspectos técnicos da eliminação.

Enfim, a seleção não ganhou a Copa, mas a imprensa venceu – derrubou o Dunga. E a CBF chamou o Felipão, sonho de consumo também da imprensa brasileira. Aliás, quando o Dunga fecha o grupo, ele é teimoso, o Felipão forma a Família Scolari.

Mas o patriarca recusou o convite, com medo de não chegar até a Copa. Só para lembrar, o Dunga assumiu com toda a imprensa torcendo contra e afirmando que ele seria técnico tampão.

Chamaram o Muricy, mas o Fluminense não liberou – ou o Muricy pediu pra não ser liberado, para evitar também ser técnico tampão? Vai saber...

Aí o Mano aceitou. E na primeira convocação escolheu um jogador que, dias antes, era atleta do seu time e não tinha lugar no time titular.

Qual o nome disso? Renovação? Ou empresário? Ou será que ele recebeu esta lista pronta e só teve o trabalho de anunciar?

Mas o Mano ainda não está sendo perseguido pela imprensa. Espero que ele faça um bom trabalho. Para esquentar o lugar do Felipão – o que eu acho uma pena.

sexta-feira, maio 28, 2010

Campeã Moral.

Frequentemente eu fico indignado com algumas coisas do futebol. Costumo escrever aqui de vez em quando sobre a arbitragem – e devo postar algo a respeito em breve.

Só que dessa vez vou falar de uma indignação que não é referente a nada dentro de campo nem com dirigentes. Estou indignado com a memória do povo brasileiro (pelo menos da parte que curte o futebol).

Sempre ouço falar da Copa de 1982, que o Brasil teria sido a melhor seleção daquela Copa – alguns exageram e dizem que foi a melhor de todos os tempos – e que merecia ganhar. Não vou discutir isso. Não concordo, mas não vou discutir.

Outros falam da seleção de 1998, que a final foi vendida pela Nike para a Adidas para que a França fosse a campeã dentro de casa e com isso o Brasil seria campeão em 2002 – tudo armado. Não sei se acredito nisso, mas sinceramente não acho relevante. Independente disso, o Zidane merecia aquela Copa mais do que qualquer jogador (inclusive que os brasileiros).

Os mais antigos ou mais informados falam da Copa de 1950, do Maracanazzo, e consideram a seleção brasileira injustiçada, colocam a culpa no Barbosa, outra coisa com a qual eu não concordo, mas...

Esses dias vi um comercial (não me lembro o anunciante) onde o Luís Fabiano aparece e a narração (nem sei se é do próprio) diz mais ou menos o seguinte: “Não é por 2010. É por 50, por 82, por 98”...

Vamos falar dessas Copas?

Em 1950 a gente perdeu em campo. Podia empatar e perdeu. Incompetência, não tem outra explicação. Menos mal que foi na final, ficou em segundo e tal e por isso é mais justificável o lamento.

Em 1982, pior ainda. A gente também podia empatar, mas era a segunda fase ainda. Ganhar aquele jogo não nos garantiria o título. A campanha, tão cantada por todos, começou com um jogo difícil e vitória por 2x1 sobre a extinta URSS (de virada depois de um frango ridículo do goleiro ridículo que o Telê escolheu), outra virada sobre a Escócia e depois uma goleada sobre a fortíssima Nova Zelândia – ou seja, uma campanha medíocre para uma equipe tricampeã mundial.

Antes que os defensores exaltem a vitória de 3x1 sobre a Argentina, vale lembrar que a Itália também venceu o time de Maradona. Mas os brasileiros entraram de salto alto na última partida da segunda fase contra a Squadra Azzurra. O Paolo Rossi estava inspirado e o Cerezzo ajudou com aquele passe açucarado. O resto da história todo mundo sabe.

A Copa de 1986 é citada de vez em quando, mas é fácil falar sobre aquele jogo contra a França. Porque deixaram aquele jogador pé frio, quando ainda estava frio (não foi um trocadilho) bater o pênalti? O jogo seria outro, a gente teria passado. O problema foi o pé frio.

Por que ele é pé frio? Exceto 1950, ele estava em TODAS as Copas que o Brasil poderia vencer e perdeu: 1982, 1986 e 1998!

Quer pior? Ele também estava em 1978! E é aqui que mora a minha indignação. Ninguém lembra ou lamenta a Copa de 1978 como lamenta as outras que eu citei.

Caramba! A única dessas todas que a gente perdeu fora de campo ou que não perdeu por incompetência. Começou com aquele jogo que terminou com a bola do escanteio cobrado pelo Nelinho ainda no ar. Aliás, alguém lembra quem cabeceou? E o pé frio sou eu, então?

Depois a Argentina comprou os Peruanos para aplicar aquela goleada que tirou o Brasil. A Seleção Canarinho foi eliminada da Copa sem perder nenhuma partida.

Em 1950, 82, 86 e 98 os jogadores tiveram chance de conquistar o título e perderam.

A seleção de 1982 foi a segunda melhor depois de 70? Não foi. As de 1958, 62, 94 e 2002 ganharam as Copas que disputaram, atingiram os objetivos – estas são as 5 melhores seleções brasileiras de todos os tempos, ao lado da de 70.

E se alguma outra merece crédito por ter perdido injustamente uma Copa do Mundo que tinha condições de ganhar, é a de 1978. Contra fatos não há argumentos.

quinta-feira, maio 20, 2010

"Bull(ying)shit"

“Um aluno da 7ª série do Colégio Santa Doroteia de Belo Horizonte (MG) foi condenado por prática de bullying (sic) contra uma colega de classe. A indenização, fixada pelo juiz Luiz Artur Rocha Hilário, da 27ª Vara Cível de Belo Horizonte, é de R$ 8 mil. A decisão é em primeira instância e ainda cabe recurso.”

Ouvi a informação na CBN hoje pela manhã, no programa “Liberdade de Expressão”, mas para transcrever (acima) fui buscar no Estadão (online).

Fiquei inquieto desde cedo com isso. Estava a caminho do escritório e tinha um dia cheio pela frente, então tive que esquecer temporariamente o assunto, pois não daria para chegar e ir buscar na internet que porcaria era esse tal de bullying.

O Google me levou até a Wikipedia: “Bullying[1] é um termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully - «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender.”

Eu engordei depois que tinha saído da escola. Não era gordinho, ou baixinho, nem magrelo ou alto demais, não usava aparelho ou óculos de lentes grossas.

E estou fazendo uma força danada para lembrar dos meus colegas que eram qualquer coisa dessas. Não lembro.

Quer dizer, eu nem devo ter sido vítima e nem agressor. Não devo ter participado de um caso de bullying.

A verdade é que fiquei revoltado com a notícia. Na minha época – e eu não sou tão velho assim – não existia bullying.

Se existia, a gente se virava, sem ir para os tribunais. Na verdade, as coisas se resolviam com um irmão mais velho, um grupo de amigos, ou um encontro a dois nada romântico, marcado para a saída da escola. Esses assuntos nem chegavam aos pais – e se chegassem, aí sim o “Mané” viraria motivo de chacota.

Uma pena que as crianças e adolescentes estejam sendo incentivados a não resolver seus problemas sozinhos.

Nem sei o que dizer a respeito. É ridículo.

Saudades de Clarissa...

Eu sabia que seria assim. Confesso que não achei que fosse sentir tanta falta dela, mas sabia que terminaria logo. Uma pena.

No começo não parecia que chegaríamos tão longe. Ela estava ali, comecei a conhecê-la aos poucos, ainda menina. Até se tornar uma bela moça.

Chamou minha atenção sua linguagem, carregada de regionalismos e rebuscada. Tudo por causa de seu pai, um escritor gaúcho – daí a presença forte de regionalismos na sua fala.

Ela sempre falando da estância, dos guris, utilizando termos diferentes que deixavam a linguagem ainda mais bonita e os nossos momentos juntos ainda mais interessantes.

Normalmente era pela manhã, antes de trabalhar, que eu a encontrava. Ficávamos a sós e eu podia curtir na plenitude aqueles minutos.

Ela também sabia que terminaria logo. O tempo todo falava no dia da sua partida. Falava com freqüência sobre sentir saudades, sobre como seria depois que ela se fosse.

Enfim, por mais que a gente esteja preparada, despedidas são sempre tristes e deixam marcas.

Tenho certeza que ainda sentirei muitas saudades de Clarissa. E recomendo: Clarissa, romance de Érico Veríssimo. Leiam.

sábado, abril 24, 2010

Pesada...

Leio numa respeitada revista quinzenal que o Senado Federal está em fase final de apreciação para que uma medida que pretende limitar o IMC mínimo seja enviada à Câmara.

Não, você não perdeu nada. Não se trata de um novo índice econômico ou algo do tipo, então não fique tentando adivinhar o que é cada letrinha. Já vou explicar.

A proposta do nobre Senador capixaba prevê um limite mínimo para o Índice de Massa Corporal das modelos que vão desfilar em eventos de moda no Brasil. Visa combater males como a anorexia, que já vitimou meninas no país e no mundo todo.

Normalmente confio nesta revista, mas preferi ter certeza da notícia, e realmente existe um tal de PLS – 691/07 (Projeto de Lei do Senado, n. 691 de 2007) que trata o assunto.

Mesmo reconhecendo que o problema existe, a revista criticou o senador, afirmando que existem outros assuntos mais importantes a serem tratados no Brasil.

Eu não discordo da revista, mas acho que faltou um pouco de visão de futuro aos jornalistas que fizeram a crítica. Não se muda a legislação do país de uma hora para outra e, sinceramente, acho que este pode ser um importante passo para mudanças mais profundas e consistentes na legislação e na vida dos brasileiros.

A medida me dá esperanças de que seja usada como modelo (não é um trocadilho, juro) para outras. Com isso confio que, num futuro próximo, teremos uma lei que limite o Índice de Massa Encefálica mínimo para um candidato ser eleito, por exemplo. Não seria ótimo?

Parabéns, Senador!

Para você, Dudu!

Hoje você completou nove anos. Sabe o que isso significa?

Claro. Que você nasceu há nove anos. Mas significa muito mais para mim. Significa que há exatos nove anos eu sou uma pessoa melhor a cada dia.

Desde o primeiro momento, quando eu estava sozinho naquela maternidade e a pediatra me entregou um pedaço de pano embalando um pedacinho de gente, um pedaço de mim, uma vida nova nas minhas mãos, eu comecei a ser melhor.

E não é por mérito meu, não. É por você. Ser seu pai faz de mim uma pessoa melhor. Ser seu pai, conviver com você e ter que te ensinar as coisas me fez aprender muito a cada dia.

É isso mesmo. Aprender. Desde que você nasceu vem me ensinando muitas coisas.

Já de cara eu aprendi sobre beleza. Na hora que olhei para você, era a coisa mais linda que eu tinha visto na minha vida e ainda é. Só que essa impressão não está vinculada aos seus olhinhos negros, a boquinha bem feita, as bochechas fofinhas que eu via naquele momento. Essa beleza vinha de dentro de mim. Se você fosse uma criança feia para os meus olhos – e não era e não é – ainda assim, seria a coisa mais linda que eu já vi na vida.

Depois comecei a aprender umas coisas práticas, e a primeira delas foi que o primeiro cocô do neném parece uma graxa e pode ser facilmente confundido com xixi dentro da fralda. Você deve se lembrar dessa história. Sua mãe pediu para eu ver se estava com a fralda suja e eu coloquei o dedo dentro da fralda. Achei meio molhadinha, então resolvi pesquisar melhor. Quando tirei meu dedo, parecia que estava mexendo num motor de Scania, de tanta “graxa” que veio junto. Imediatamente eu aprendi também a trocar fraldas.

E de lá para cá foram muitos outros aprendizados.

Aprendemos juntos sobre a doença celíaca, e sobre como às vezes a gente dá uma importância muito maior a um problema do que ele realmente merece. E sobre como a vida de outras pessoas é muito mais difícil – e isso ajuda a gente a enfrentar nossos problemas, não é verdade? Aprendi que mesmo uma doença como a sua pode ser uma bênção. Tenho certeza que nossa família foi abençoada por você ser celíaco. Porque você é uma pessoa muito boa, uma alma muito especial, e poderia ter nascido numa família de ignorantes como a gente conhece, que não aceitam a doença, ou de pessoas sem condições financeiras sequer de identificar, quanto mais de manter uma dieta especial. Pois eu e sua mãe fomos escolhidos por Deus para receber, cuidar, manter saudável essa jóia que é você.

Aprendi outra coisa muito especial também, que para você não vai fazer muito sentido ainda. Eu entendi que as palmadas que a sua avó me dava e que eu achava que doíam muito, não doíam. Ou pelo menos, não doíam tanto em mim quanto doíam nela. Cada briga, cada vez que ela chamava a nossa atenção – e eram muitas, acredite – ela se machucava por dentro. Você não vai entender isso até ser pai, tenho certeza. Porque sua avó já tinha me dito isso e eu não entendia até você chegar.

Mas, Dudu, entre todos estes ensinamentos, o mais importante sem dúvida foi o amor. Esse amor de pai para filho, um amor completo, intenso, altruísta e egoísta ao mesmo tempo. Altruísta porque quero que você seja a pessoa mais feliz do mundo e vou trabalhar para isso incansavelmente. Egoísta porque quero você o tempo todo do meu lado, e às vezes não importa se você quer. É diferente. Não dá para comparar com nada. E isso é outra coisa que você não vai entender agora também. Aliás, é algo que não é possível entender, só sentir.

Por fim, quero te pedir uma coisa bastante egoísta como esse amor do qual acabei de falar. Como eu falei, ser seu pai faz de mim uma pessoa melhor a cada dia. Então, por favor, continue sendo essa pessoa mais que especial que você já é, aos nove anos, para que eu possa continuar me sentindo cada dia melhor por muitos e muitos outros.

Obrigado por tudo!

(Texto escrito ontem, 23/04/2010)

domingo, abril 18, 2010

Futebol e arbitragem - de novo.

Falei há poucos dias sobre arbitragem no futebol carioca e o Cláudio, torcedor daquele time, disse que meu texto foi tendencioso.

Pois bem, vou só tecer alguns comentários a respeito de notícias e jogos que vi hoje tentando ser imparcial.

O Ipatinga ganhou de 3 x 1 do Cruzeiro em Minas, garantiu vaga na final do campeonato mineiro, mas o presidente do clube ameaça não jogar as finais. O motivo? Revolta contra a arbitragem que teria prejudicado o time hoje. Isso mesmo. O time que venceu o jogo está revoltado.

Rogério Ceni, do São Paulo, reclamou do primeiro gol do Santos, alegando que o Neymar teria tocado a bola com a mão. Tenho dúvidas, e também acho que o Neymar foi empurrado no mesmo lance. Da mesma forma no segundo gol do Santos, o pênalti é discutível, mas num lance imediatamente anterior não era discutível e o juiz não marcou.

O Rogério, sempre muito sensato nas suas colocações, fez um comentário sobre a arbitragem que demonstra, no mínimo, pouco caso das pessoas que controlam esta parte do futebol no país. Segundo ele, o árbitro escolhido esteve suspenso há pouco tempo por conta de alguns erros cometidos justamente contra o Santos e a federação tinha outros nomes (e bons nomes) à disposição. Elegante, o goleiro e capitão do tricolor paulista disse que o juiz que entra nestas condições sente uma pressão muito grande. E encerrou dizendo que, além de jogar bola, o São Paulo precisa fazer muito politicamente se quiser voltar a ser campeão paulista.

Na outra semifinal do mesmo campeonato, o Grêmio Prudente abriu o placar contra o Santo André num pênalti bem marcado pelo árbitro. Mas o goleiro era o último homem e fez um pênalti grosseiro no atacante Flavinho. Chance clara de gol, último homem, falta na área... Cartão vermelho, certo? Não para o Sr. Rodrigo Braghetto, árbitro da partida, que deu apenas o amarelo. Um cartão vermelho para o goleiro titular aos 16 minutos poderia ter mudado o resultado do jogo.

Mas para mim a melhor de todas as notícias começa assim: “Título não tira irritação de Herrera com a arbitragem”. O argentino, atacante do Botafogo, foi expulso injustamente de campo logo após cometer o pênalti que consagrou o goleiro Jeferson, do mesmo time. Injustamente porque ele tomou amarelo ao cometer a falta, não tinha amarelo ainda e o juiz simplesmente tirou o vermelho, por causa da reclamação dele. Se tivesse mostrado um segundo amarelo e depois o vermelho, poderíamos achar normal, mas não foi assim.

Mesmo se desse o segundo amarelo, demonstraria falta absoluta de critério, como demonstrou, pois as reclamações do outro time também foram acintosas nos pênaltis que ele assinalou (os dois bem marcados e convertidos) e ninguém levou cartão por isso. Mas o Maldonado acabara de ser expulso por ter puxado e quase rasgado a camisa do mesmo Herrera e ele precisava “compensar”. Marcar o pênalti – que, aliás, foi bem marcado, realmente aconteceu – não era suficiente, ele precisava acertar a questão numérica.

Aliás, se o árbitro fosse coerente em seus critérios, o Ronaldo Angelim teria sido expulso também, pois antes do pênalti fez uma falta na entrada da área, por trás, típico lance de cartão. Depois fez o pênalti e levou amarelo corretamente – seria o segundo.

Mas vou parar de falar daquele time para não ficar parecendo implicância.

O que me assusta realmente é ter dois times em estados diferentes reclamando da arbitragem após terem vencido seus jogos. Não é uma questão de choro do derrotado, de querer culpar o árbitro pela derrota.

O Herrera ficar indignado depois do título e o Ipatinga ameaçar não disputar a final por conta de perseguição da arbitragem são situações surreais, como têm sido as atuações dos juízes de futebol por aí afora.

sábado, abril 17, 2010

Cuidado com o computador!

Hoje na capa dos dois jornais da Rede Gazeta (ES) destaque para um mesmo assunto: empréstimo pessoal para compra de armas de fogo.

As manchetes davam conta de financeiras que fazem empréstimos pessoais direcionados à compra de armas de fogo com prazo de até 72 meses para pagar. Em A Gazeta, a capa estampa o título: “Um perigo à prestação”(sic).

Em primeiro lugar é importante recolher o diploma do curso de jornalismo e o cargo, armas de alto poder de destruição da língua portuguesa, que entregaram ao repórter, editor, revisor e quem mais tenha visto essa crase mal colocada numa capa de jornal sem corrigir a tempo. Isso também é crime.

Na matéria, informações sobre como comprar, registrar, regularizar e tudo o mais que alguém que tenha (boa ou má) intenção de adquirir uma arma precisa saber.

Achei muito interessante ler que entre os pré-requisitos para a compra estão consulta com psicólogo, autorização da polícia e curso de tiro de, pelo menos, seis horas enter outros. Nada disso tinha realmente chamado a minha atenção até ler, no depoimento de um coronel da Polícia Militar, que o policial só recebe sua arma depois de oito meses de treinamento.

Ou seja, se eu quiser comprar uma arma, faço seis horas de curso de tiro e pronto. Um policial demora oito meses para ter uma – e a gente vê diariamente quão pouco tempo são estes oito meses!

Na verdade, o que me motivou mesmo a escrever sobre o assunto nem foi a matéria em si, mas tanta surpresa, indignação e alarde sobre o tema por parte dos veículos.

Ora, o porte de armas é permitido por lei no Brasil, bem como a agiotagem (ou tem outro nome para o que bancos e financeiras fazem?). Então, emprestar dinheiro para alguém comprar armas é normal e lícito. Proibir isso seria, sim, inconstitucional.

Como disse uma das entrevistadas, “fazemos o financiamento para armas como fazemos para (...) computadores, por exemplo”.

Será que isso é um aviso para nos preocuparmos mais com crimes digitais?

sexta-feira, abril 16, 2010

Na dúvida, faça errado.

Disse no último post que evito falar de política. Mas mesmo estando entre os assuntos que não devem ser discutidos, no futebol eu me arrisco.

E claro que vou falar de arbitragem, pois é a bola da vez em quase todas as discussões sobre o assunto atualmente.

Tem uma coisa que me incomoda profundamente nas arbitragens atuais, que é a marcação de impedimento. A FIFA determina que, na dúvida, árbitro e auxiliares devem privilegiar o ataque.

Aliás, essa história de chamar bandeirinha de auxiliar é ridícula. Pra quê mudar o nome? Bandeirinha é muito mais simpático. Vou ficar velho e chamando auxiliar de bandeirinha, igual aqueles antigos que ainda chamam goleiro de goalkeeper ou centro-avante de centralfor.

O que sei é que o ser humano não consegue identificar determinados lances de impedimento. Aí as câmeras e os comentaristas vêm em seguida e confirmam – acertou um lance muito difícil o auxiliar fulano de tal. Besteira! Errou. Errou porque ele não tinha certeza e preferiu dar o impedimento em vez de deixar correr conforme a orientação da FIFA. Uma perna de diferença, numa bola lançada há mais de 15 metros de onde os dois jogadores estavam, é claro que o bandeira não viu!

Mas eles insistem em marcar. E a minha revolta não é simplesmente por conta da marcação ou não de determinados impedimentos, mas é que a regra existe para evitar que o atacante tenha grande vantagem sobre o defensor. Ora, os dois saindo com trinta centímetros de diferença um do outro, por exemplo, não é uma grande vantagem. Mérito do atacante que corre mais que o zagueiro. Pronto. É um esporte. O atleta melhor condicionado TEM que ter vantagem sobre os outros.

Falando sobre o que ocorreu nas semifinais da Taça Rio (Botafogo x Fluminense e Vasco x o outro time), não vou discutir se o Herrera estava impedido ou se o Willians tocou a mão na bola – são fatos, a TV mostrou e não estão em dúvida. A dúvida é se o juiz viu.

No jogo do Botafogo e Fluminense, o lance foi escandaloso. O bandeirinha viu, o juiz viu, todo mundo viu. Não precisava de replay. Eles não souberam aplicar a regra – simples assim.

Na outra semifinal, tenho quase certeza que o juiz não viu a mão do Willians, apesar de este ter subido com a cabeça para um lado e o braço para o outro e de o Thiago Martinelli ter feito movimento com a cabeça para baixo e a bola ter subido. Mesmo assim, ele pode não ter visto.

A questão é: se ele não viu o lance do Willians, do qual estava muito mais perto, também não viu o primeiro pênalti, do Márcio Careca sobre o Léo Moura – que declarou depois do jogo que naquele momento “a experiência contou”.

No primeiro jogo entre as duas equipes este ano,o árbitro deixou de dar um pênalti envolvendo os mesmos jogadores no primeiro tempo. Assistiu ao lance na TV no intervalo e, no segundo tempo deu um jeito de compensar, inventando um pênalti a favor daquele time. Não tenho nenhuma dúvida que o senhor João Batista Arruda estava assistindo àquele jogo e, na hora que o lateral caiu na área, mesmo de longe e sem ter nenhuma convicção, marcou o pênalti, para não ter o mesmo problema que o colega enfrentou anteriormente.

Mas não resolvi escrever sobre futebol para reclamar da arbitragem contra o Vasco. Na verdade, existem lances que são de jogo e podem acontecer com todos os times. Não é só porque o Vasco ano passado foi eliminado da Copa do Brasil pelo Corinthians com um pênalti escandaloso do Chicão sobre o Élton não marcado, ou porque aquele time vem sendo descaradamente beneficiado nos últimos quatro campeonatos cariocas, ou ainda porque ontem, por exemplo, a arbitragem na Copa do Brasil mais uma vez (em menos de uma semana) tentou atrapalhar o Gigante da Colina. Não é nada disso.

O que me deixou realmente indignado com os acontecimentos recentes foi a declaração do responsável pela arbitragem do Rio de Janeiro, ao responder as acusações do Rodrigo Caetano, executivo de futebol do Vasco, que disse ter sido roubado. O senhor Jorge Rabello, presidente da Comissão de Arbitragem de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (COAF-RJ) rebateu as críticas do cartola vascaíno com a seguinte pérola: “E o pênalti do Fernando no Loco Abreu, na final da Taça Guanabara, não marcado?” citando outro erro escandaloso da arbitragem carioca, dessa vez beneficiando o Vasco contra o Botafogo.

Ou seja, na arbitragem do Rio e na lógica deste distinto senhor, um erro JUSTIFICA o outro. Plagiando Boris Casoy: É UMA VERGONHA!

domingo, abril 04, 2010

Bomba nuclear.

Tento na medida do possível evitar temas ligados a política. Não quero entender política. Quanto mais entendo, menos gosto.

Não gosto também de criticar o governo do Lula. Entre outras coisas, a manutenção da estabilidade econômica – que seria um grande desafio para qualquer presidente mas para ele, vindo da esquerda, era maior ainda – é um feito importante.

E o que me incomodou a ponto de falar do assunto aqui no blog nem está relacionado aos atos políticos ou econômicos do governo em si. Esses dias vi uma nota numa revista dando conta de que uma usina nuclear de Angra levará o nome do ex-presidente Geisel.

Não que seja novidade. O Lula parece ter abandonado as bases, as ideologias e as concepções que o criaram na política quando se candidatou da penúltima vez – a primeira que ganhou. As coligações que fez, com as pessoas que fez, são próprias da política. Mas não, eu não concordo. Principalmente de alguém que vem de onde ele veio, que contou durante toda a sua vida com o apoio do povo e dos trabalhadores. Acho, sim, que ele “traiu o movimento”.

No entanto, não quero entrar nesse mérito. Não tenho conhecimento suficiente para defender e sustentar nenhuma tese ou discussão a esse respeito.

Eu nunca fui um Petista e nem mesmo posso me considerar um cara de esquerda ou direita. Sou como milhões de brasileiros, e acho que sou errado. Mesmo assim, sem conhecimento e sem ser ligado à política não consigo achar normal e corriqueiro darem o nome do Geisel a qualquer coisa. Ainda mais no governo Lula!

Meu problema não é com o Geisel – ou não é só com ele. É com o comando militar e tudo o que ele representou e fez na época.

Na Espanha criaram uma lei que obriga a retirada de qualquer símbolo do regime franquista de vias públicas do país. Estátuas, imagens e até nomes de logradouros foram retirados ou mudados por causa desta lei.

No Brasil, um presidente que sofreu nas mãos da ditadura cria mais um símbolo que lembra o governo militar, dando nome de um deles a uma usina nuclear.

Alguns podem achar coerente dar o nome de um general da ditadura a algo que não deveria existir e que provavelmente não trará nenhum benefício ao país, mas o nome da usina é tratado como uma homenagem ao ex-presidente.

Sem comentários...

segunda-feira, março 22, 2010

Hábito.

Prometi no twitter que hoje atualizaria o blog.
A promessa na verdade era para ontem mas como ainda não dormi, tá valendo!
Hoje eu fiz uma coisa que me deixou bem satisfeito. Algo que comecei ontem e que ainda não terminou, mas já fiz uma grande parcela da parte que me cabe.
Criei o blog do meu pai.
Pois é. Se você conhece meu pai vai achar meio estranho. E mesmo que não conheça, pode achar estranho eu "comemorar" isso. Mas é que meu pai - e isso vai para quem o conhece e para os que não - sempre gostou de escrever. E escreve bem. Mas perdeu a prática.
Fiquei muito feliz quando soube que ele leu meu blog. Não simplesmente pelo fato dele ter lido, mas por ele não ser um internauta, não ter paciência para computador e etc. Mas entrou aqui e leu meus textos.
Agora, ele tem um desafio que eu conheço e sobre o qual já escrevi aqui outras vezes, que é escrever.
Não estou falando do desafio de escrever bem ou mal, mas do desafio de escrever. Criar um blog é fácil, criar o hábito, nem tanto.
Espero que ele ganhe leitores que o incentivem como eu ganhei aqui. Não vou citar, pois certamente serei injusto, esquecerei alguém, mas saber que outras pessoas lêem o que a gente escreve, obviamente dá mais vontade de escrever.
Sendo assim, daqui a alguns dias vou acessar o http://fernando-muriae.blogspot.com para ver se ele começou. E preste atenção: só daqui a alguns dias. Sem forçar a barra.
O hábito de escrever, que estou recuperando aos poucos, tem feito muito bem apra mim, para a minha cabeça. Em todos os sentidos. Tenho certeza que fará para ele também.
Sendo assim, pai, bem vindo aos blogs. Já estou orgulhoso de você!

quinta-feira, março 11, 2010

Escrever para ler

Eu escrevo bem.
Desculpa, a frase não tem nem um pingo de modéstia, mas não era para ter mesmo.
Meu irmão às vezes fica indignado porque eu leio pouco. Na verdade, porque eu escrevo bem demais para quem lê pouco. Vejam bem, a modéstia agora existiu - trata-se de uma frase comparativa, escrever bem para quem lê pouco.
Demorei muito tempo para entender na plenitude o que o Dinho queria dizer, pois demorei para seguir seus conselhos e começar a ler.
Leitura é exercício (essa frase não é nem minha e nem inédita). Comece. Devagar, com textos leves, mas comece. Eu adorava ler biografias de grandes estadistas. Tinha uma coleção super legal que vendia em bancas de jornal com biografias de Hitler, Ho Chi Min, Lenin, Gandhi entre outros, e li todas. Já podia evoluir.
Comprei ou ganhei (não me lembro) um livro chamado "O TAO da Física", do Fritjof Capra. Sensacional! Mas eu nunca consegui terminar de ler. Não é brincadeira. O livro é muito legal. O fato de não tê-lo terminado é um mistério que sequer as teorias do próprio Capra seriam capazes de solucionar, mas o livro é bom! De verdade.
Mas eu ainda estava longe. Até porque isso tudo aconteceu na hora errada, tardiamente - eu já estava na faculdade, acho. Dos livros obrigatórios para o vestibular, por exemplo, li um pedaço do "Memórias de um Sargento de Milícias" e foi muito.
Por fim, para não entrar em muitos detalhes dessa história, comecei a ler romances (indicados pelo Dinho, sempre) e só aí entendi o que ele queria dizer. Depois de ler Machado de Assis, então...
Aí comecei a me aventurar por outros estilos e autores, mas o principal é que eu entendi a diferença entre ler e ler.
Recentemente eu descobri mais uma coisa muito interessante. Óbvia como a necessidade de ler para escrever bem, mas vou compartilhar.
Às vezes, escrever te leva a ler. Quando escrevo sobre algo (aqui no blog ou em qualquer outro lugar) busco escrever sobre assuntos que eu tenha um mínimo de conhecimento. Uma ou outra informação me foge - minha memória é muito ruim - ou mesmo eu não tenho e assim vou atrás.
Olha eu aí lendo...
Não vou ler um romance para publicar um post no meu blog, mas vou fazer pequenas leituras. Leituras preocupadas, responsáveis, tendo cuidado com as fontes, sempre, e citando-as, é claro.
Eu não disse que ler é um exercício? Eu não faço uma maratona por semana, mas sempre que posso, dou uma corridinha...
Experimente!

"Se eu quiser falar com Deus"

Se este não é o meu primeiro post que você lê, não vai esperar uma oração ou um daqueles textos de corrente. Se for o primeiro e você acha que é isso pelo título, esqueça.
Na verdade, andei pensando estes dias e esta é uma expressão bem comum. Alguns dizem que conversam com Deus, outros querem saber como fazê-lo. Alguns acham que isso é uma besteira e eu não estou aqui para discutir crenças.
O título vem entre aspas por causa da música do Gilberto Gil, que é fantástica (pra quem não conhece e mesmo pra quem conhece, a letra com alguns comentários: http://www.gilbertogil.com.br/sec_disco_info.php?id=180&letra). Aliás, o Gil é fantástico. Como compositor. Não vou falar dele como ministro, pois já fugi da discussão religiosa, não vou me meter na política. Futebol a gente até briga...
Sempre me lembro de uma passagem específica da música, que diz "Se eu quiser falar com Deus / Tenho que comer o pão/ Que o diabo amassou". Dispensa comentários.
Mas relendo a letra, chamou a minha atenção o verso: "Tenho que calar a voz". Porque era mais ou menos isso que eu queria falar.
Tem muita gente preocupada em falar com Deus, mas nós estamos preocupados em ouví-Lo? E será que Ele tem essa dificuldade toda em falar conosco? Acho que não.
Ouvir é muito mais difícil que falar. E quando o recado não é direto, propositivo e afirmativo, a gente pode ainda ouvir e não entender - ou não querer entender.
O fato é que eu acho que Deus tem tentado falar com a gente. A natureza, por exemplo, está gritando e a gente finge que não ouve. A gente fica alarmado com o terremoto no Chile (e com razão), mas não se preocupa com a população aqui, na nossa cidade, que vive em situação de risco perene. E continua jogando lixo nas ruas, para amanhã um amontoado dificultar a vazão de águas e criar mais problemas para esta população.
Costumo dizer que as eleições para prefeito de Vitória deveriam acontecer no dia 15 de março. Em outubro, os efeitos das enchentes já foram esquecidos e o eleitor vota no candidato apoiado pelo prefeito (ou no próprio), que fez praças, escolas, etc (não que não deva fazer), mas que sequer tentou melhorar a situação de drenagem da cidade. Não estou falando do prefeito atual - já disse que não quero discutir política. Moro no Espírito Santo há quase 30 anos e vejo isso acontecer repetidamente.
Mas também não queria fazer disso um manifesto do GreenPeace.
Acho que Deus fala comigo, intimamente, abertamente, pra quando eu quiser ouvir. E já passou da hora de eu começar a ouví-Lo.
Vou me esforçar, pois não é fácil.

terça-feira, março 09, 2010

Estou muito feliz com a minha internetworking - hehehe - neologismo com estrangeirismo e com um quê de gerundismo misturados numa palavra só em sua homenagem, Dinho!

Acontece que eu coloquei um aviso no meu orkut e outro no meu twitter de que o blog estava atualizado e recebi alguns comentários. Resolvi chamar isso de internetworking, que seria networking pela internet.

Pra quem não sabe o que é networking, tem uma definição fantástica no twitter do Rafinha Bastos: "Puxar o saco mudou de nome... agora chama networking."

Eu sei que fiquei bem feliz por ter recebido os comentários. Não escrevo no blog para ser lido, mas é bom saber que o que escrevo é lido.

Só tem uma coisa que não é legal nos comentários. Se a pessoa não informar sua conta do blogspot (ou não tiver uma), vem como anônimo e aí eu não sei quem comentou. Alguns deles eu consegui identificar, mas não com certeza. Sendo assim, se você for comentar este post (ou qualquer outro), por favor coloque seu nome no final do comentário, tá?

Junto com os comentários eu também recebi uma crítica, esta veio offline, pessoalmente. Fabiana disse que meus posts estão muito negativos. Ela tem razão. E isso é meio triste, porque há uns dias atrás eu disse que escreveria sobre o meu cotidiano.

Poxa... Meu cotidiano não é negativo assim!

Então minha tarefa é fazer textos mais positivos. E este foi escrito em partes. Tive que parar no penúltimo ponto para ir ao médico e voltei no dia seguinte (agora) - não do médico, voltei a escrever agora.

Pois é. Peguei gripe suína. Não se assustem, como já havia sido amplamente divulgado, o vírus está mais fraco e eu não corro risco de morte.

Mas vocês repararam que interessante? Saio daqui com a frase "Meu cotidiano não é tão negativo assim" e volto com "contraí gripe suína"...

Acho que vou deixar pra postar algo mais positivo depois...

sábado, março 06, 2010

Palestra motivacional? Socorro! Preciso de auto-ajuda.

Não adianta. Eu não gosto de auto-ajuda e nem de palestra motivacional.
Pois é. Eu também não sei qual a diferença entre uma e outra. Quer dizer, uma palestra motivacional é uma palestra de auto-ajuda.
Aliás, o que realmente é auto-ajuda? Para mim soa como estes ritmos musicais para os quais se inventa um nome novo a cada dia. Neste quesito, destaque para o Sertanejo Universitário - já ouviu falar?
Universitário? Como assim? Para tocar determinado ritmo tem que ter diploma? Coitado do Cartola.
Universitário pra mim era marca de algo muito melhor do que a música que esse povo acha que faz, mas este é um comentário que entrega a minha idade e alguns hábitos não muito lícitos do meu passado - se você entendeu, também entregou os seus.
Descobri que existe uma dupla de Sertanejo Universitário - eu tremo quando ouço o termo, vocês não imaginam como é difícil escrever - chamada João Bosco e Vinícius. Outro dia vi um outdoor divulgando o show da dupla e comecei a rir. Pensei: "não seria João Bosco e Chico Xavier?", mas eu estava enganado.
O João Bosco não é aquele que tem um dialeto próprio para cantar e muito menos o Vinícius é o poetinha. Melhor pros médiuns. Pior pra música.
Voltando ao assunto, eu trabalho com vendas, então encontro auto-ajuda onde quer que eu vá. E é preciso muito auto-controle para aguentar isso.
Ontem assisti uma palestra motivacional (ou de auto-ajuda?) e saí inspiradíssimo. Inspiradíssimo para escrever aqui no blog sobre como eu odeio auto-ajuda.
E sabe o que mais me incomoda nesse mercado da auto-ajuda motivacional? A quantidade de enganadores cobrando cachês, colocando dinheiro no bolso e virando celebridades porque são contratados por grandes empresas para repetir piadinhas que circulam na internet há séculos, citar frases de efeito e vender seus próprios livros.
Aliás, livro de auto-ajuda é outra coisa impressionante. Pesquisei o nome de um autor desses no submarino e encontrei 42 opções de compra. Do Raduan Nassar, tem 4. Do Chico Buarque, tem 5. Desculpem-me, não vou citar o autor a que me refiro, mas ninguém vai me convencer que ele tem assunto para 30 livros diferentes (se considerar que algumas das opções de compra são reedições ou pacotes com mais de um título) - duvido que tenha para UM. Aí consegui entender: o cara tem uma editora!
Nessas horas a tecnologia me irrita. É culpa da tecnologia, claro. Quanto mais avançada, mais barata a produção e mais fácil um mané criar uma editora e editar mais de trinta livros falando a mesma coisa que todo mundo já sabe.
Cara, o GreenPeace devia deixar os caçadores de baleias de lado e atacar este sujeito. É muita árvore derrubada por nada!
Tem outra coisa que me intriga. Algumas vezes o "palestrante" não sabe o que é concordância verbal ou nominal básica. Começo a achar até que isso é proposital, pois acontece com muitos deles.
Ou seja, o sujeito é pago para fazer uma palestra mas não sabe falar, é autor de vários livros sem saber bem o português, e algumas pessoas acham que eu é que sou muito exigente.
Para piorar a situação, as pessoas confundem motivação com animação. E os auto-intitulados palestrantes acham que são comediantes e que isso basta.
Também não vou dizer aqui o nome do palestrante de ontem, mas o cara chegou mal arrumado, com um cabelo esquisito, chamando a atenção (negativamente) pela apresentação. Colocou um videoclipe de uma cantora internacional no telão, obviamente sem pagar direitos autorais.
A propósito, taí outra coisa que estes profissionais (qual seria o outro nome pra isso?) ignoram: autoria. É um tal de citar frases sem dizer o autor, exibir filmes, comerciais, tocar músicas e nem dizer de onde vieram.
E fazem pior, às vezes, pois citam frases sem autor e tomam para si a autoria das mesmas. Isso para mim é crime.
E com este não foi diferente. Duvido que ele tenha autorização por escrito para usar as músicas que usa, mostrar fotos de quem ele mostra e coisas assim.
Mas um importante player do mercado inclui no budget do projeto uma boa verba para contratar este coach para alavancar as vendas e garantir que as equipes performem bem logo no start do produto.

domingo, fevereiro 28, 2010

Que SAC! (1)

Eu sei que não é privilégio meu, mas passei por umas situações consecutivas com atendimentos telefônicos e serviços ou mal ou não prestados que, vou te contar, viu?!
Primeiro foi o cartão de crédito. O meu era dos mais simples, um limitezinho pra emergências e tal - coisa de quem não sabe usar o crédito conscientemente. Aí pintou uma possibilidade de viagem internacional: um cruzeiro.
Muito bom, aliás, descansei pra caramba e me rendeu esta foto com cara de férias que tá aí no blog. Mas a viagem é assunto para outro(s) post(s).
Liguei pro banco e expliquei a situação. Precisava de um cartão internacional e me ofereceram o upgrade - tinha que ser um estrangeirismo, claro, afinal os caras se entitulam call center, às vezes contact center, o que vocês esperavam?
Mas a minha solicitação tinha duas peculiaridades: eu mudara de endereço recentemente, então tinha que atualizar meu endereço de correspondência do cartão e precisava do mesmo num prazo máximo de 20 dias. Mais que suficiente. A mesma operadora que fez o upgrade fez antes a alteração de endereço e garantiu que o cartão chegaria em, no máximo, DEZ dias.
Não vou cansar vocês com a historinha completa, mas não preciso dizer que o cartão não chegou no tempo prometido. O motivo? O endereço estava errado! Isso mesmo. Aquele que a mocinha do upgrade alterou não foi alterado.
Mas eu sou teimoso! Liguei de novo, expliquei de novo e alterei o endereço de novo. Ainda daria tempo de chegar pra viagem.
Bom, chegou o dia da viagem, mas não chegou o cartão.
Voltando, entrei em contato e pedi para cancelar o cartão. Resumindo o que disseram, eu precisava estar com o cartão em mãos para poder cancelar o cartão. É isso mesmo! Aquele que não chegou porque eles não tiveram competência para fazer uma alteração de endereço tinha que estar comigo para que eu pudesse dizer que não o quero mais.
Vou pular algumas partes e dizer que fui pessoalmente ao banco e descobri que o endereço continuava errado. E que o cartão estava lá, no banco, pois tinha voltado (por endereço errado) mais uma vez.
Não vou mais cancelar o cartão. Com ele acumulo milhas e se pintar outra viagem internacional não terei novo desgaste - eu poderia usar a palavra stress aqui, mas acabei de criticar o estrangeirismo alheio, não pegaria bem.
Então, comecei a usar o cartão. Quer dizer, ainda não. A senha foi enviada para o endereço errado! Juro! Porque ela foi enviada antes de eu ir ao banco. Liguei pra lá e eles ficaram de fazer uma nova senha e me enviar por correio pro endereço certo no prazo máximo de dez dias (de novo). Amanhã vence o prazo de dez dias.
Querem apostar que a senha não vai chegar?

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Assuntos...

Toda vez que eu volto para os meus blogs (que agora é só um, este) fico tentando descobrir assuntos que poderiam dar um bom post. E sempre tenho dificuldade.
Hoje aconteceu uma coisa interessante. Almoçando com dois amigos surgiu o assunto blog e um deles disse que não sabia do que estávamos falando. Ao tentar explicar, eu disse que os blogs nasceram como diários virtuais, e que hoje são utilizados das mais diversas formas – inclusive como ferramenta de marketing digital.
Aliás, nesta mesma conversa de hoje me lembrei que lá no início da popularização dos blogs eu “previ” isso. E pensei: eu deveria ter transformado este comentário – que repeti algumas vezes para pessoas diferentes – num post num dos meus blogs. Na época, isso não era tão óbvio quanto é hoje.
E a conversa do almoço me fez pensar no óbvio... O meu dia pode me render bons assuntos. Não vou fazer um diário, não adianta me acompanhar que não sou novela, mas tem coisas que acontecem e que merecem registro.
Vamos a elas... Mas só amanhã. Ficou tarde!

sábado, fevereiro 20, 2010

Lá vou eu de novo...

Assisti ontem ao filme Julie & Julia.
Não posso deixar de comentar, como crítico cinematográfico que não sou, a atuação da Meryl Streep - fantástica. Realmente adorei. A atuação dela fez um filme no melhor estilo água-com-açúcar / sessão-da-tarde ficar muito mais interessante.
Mas desde que assisti ao filme fiquei pensando nos meus blogs... É isso aí, meus blogs. Tenho mais de um. E não atualizo nenhum com uma frequência decente, além de repetir textos de um no outro e vice-versa - ou seja, uma produção literária de dar inveja a qualquer aluno do maternal.
Achei interessante a tática que a personagem usou para se comprometer com o blog, escolhendo um assunto específico e criando rotinas e metas. E espero que esteja fazendo este comentário antes que o filme comece a ser usado em palestras motivacionais - pois ele irá, tenha certeza!
Passando a coisa piegas de "tenha foco, estabeleça uma meta, crie uma rotina e corra atrás dos seus objetivos" (auto-ajuda blogal?), eu fiquei pensando em um assunto que pudesse ser a linha mestra do meu blog (é, agora virou um só, este) como o livro e as receitas da Julia foram para a Julie. Não consegui pensar em nada.
Minha rotina não é tão atrativa assim para me gerar pauta com essa frequência toda, até porque alguns assuntos eu mesmo não quero tratar no blog, como aqueles muito ligados ao meu dia-a-dia de trabalho.
Quero o blog para me divertir e para retomar o hábito da escrita.
Se algum dos milhares de leitores diários deste blog tiver alguma sugestão de assunto ou de linha de pensamento, sei lá que nome se dá a isso, por favor, eu agradeço as sugestões.
E para explicar o título deste post, lá vou eu de novo prometer para mim mesmo e para os meus assíduos leitores que vou escrever com frequência.
Vamos ver...