quarta-feira, setembro 22, 2010

Futebol profissional?

Adoro futebol e quem me conhece sabe disso. Também curto e acompanho um pouco de futebol americano. E muitas vezes me pego questionando: por que não conseguimos, com um país tão grande, uma paixão infinita distribuída por todo lado, fazer do nosso futebol um negócio lucrativo e espetacular como o pessoal lá da América do Norte faz com o deles?

Mas quando estou no meio destes questionamentos, vem uma notícia como a que acabei de ler com pesar: a diretoria do Santos demitiu o Dorival Júnior por ter barrado Neymar da partida contra o Corinthians.

Você acompanhou a polêmica na semana passada? Se não, vou resumir: sabe aquelas pontinhas de molecagem (no mal sentido) que apareceram do Neymar depois dos títulos conquistados?

Pois bem, desde que recusou uma proposta milionária do Chelsea e acertou um contrato também milionário com o próprio Santos, o garoto acha que pode fazer tudo. O Dorival tentou controlar e mostrar para ele que não é bem assim. A diretoria do Santos mostrou para o Dorival que é bem assim, do jeito que o Neymar quiser.

A liga nacional do futebol americano (NFL) suspendeu o quarter back do Pittsburgh Steelers, Ben Roethlisberger, por quatro jogos por ter se envolvido em escândalos extra-campo. Nada de escolta armada em festas com traficantes, e ele já até foi inocentado das acusações, mas a punição está mantida. E para quem não sabe, o Big Ben (como é conhecido) é o jogador mais importante do time campeão da penúltima temporada.

Eu tinha discordado do René Simões, quando ele disse que estavam criando um monstro, mas acho que a diretoria do Santos gostou da idéia, e resolveu deixar o Gremlin comer depois de meia-noite.

Não entendeu? Ou você é mais novo que eu ou tem memória curta.

terça-feira, setembro 21, 2010

Brincando de Fazendinha

Li uma matéria na Exame (Ed. 975) sobre jogos sociais na internet.

Tá. Pra começar, o que exatamente são jogos sociais? Não precisa responder, eu sei. Mas de onde vem este nome? São jogos que estão inseridos em redes sociais? E por que elas se chamam redes sociais?

Bom, a proposta não é uma discussão semântica então vamos evoluir.

A matéria diz que “os jogos sociais devem movimentar 1,5 bilhão de dólares em 2010 e crescer cerca de 60% ao ano até 2015” para, em seguida, apresentar outras cifras igualmente impressionantes, como compras de empresas de jogos por cerca de meio bilhão de dólares.

Sem querer fazer análises muito profundas disso tudo, sinceramente, taí um filme que eu já vi.

No início desta década, a bolsa americana de tecnologia, a NASDAQ, explodia com IPO’s milionários de empresas com meses de existência. Outras recém-nascidas eram compradas pelos mesmos milhões quase antes de começar a operar – tudo por conta de uma idéia inédita e interessante (ou nem tanto).

Aliás, aqui mesmo no Brasil pipocavam idéias inéditas e interessantes (ou quase isso). E os empresários pontocom saíam correndo de suas fraldas para uma sala de negociação com um grande banco para discutir quanto aquelas brincadeiras da faculdade valeriam em dólares, em ações, etc.

Mas era só isso. Eram idéias inéditas e interessantes, não eram negócios rentáveis, muito menos empresas. As pessoas sequer sabiam de onde viria o dinheiro depois do aporte de ações ou da compra. Como os jovens e meteoricamente valorizados executivos seriam remunerados depois que a coisa começasse a andar? Como as sedes maravilhosas e super modernas, em endereços valorizadíssimos, seriam mantidas? Isso eram detalhes.

Pois bem, este cenário ficou conhecido depois como a bolha da internet, mas parece que as pessoas não se lembram disso. Época de eleição é sempre um bom momento para falar de memória curta, não é mesmo?

E por falar em memória, a minha, que é ridícula, foi cutucada por uma outra passagem da mesma matéria que me fez lembrar da pergunta que permeava as conversas sobre novas empresas após a bolha: “Apesar de todo o entusiasmo gerado em torno dos tais joguinhos, ainda não está claro qual o modelo de negócios ideal para garantir a sobrevivência dessas empresas no longo prazo – e tampouco como algumas marcas continuarão tirando proveito da sua popularidade.”

E para fechar com chave de ouro a matéria traz de volta o Second Life – vocês lembram dele? – como um exemplo de movimentos de manada que deram em nada.

A rima foi sem querer.