domingo, agosto 15, 2010

Campanha eleitoral

Já disse aqui que não gosto de política, e evito falar do assunto.

Mas na verdade não vou falar de política, e sim de respeito – ou da falta dele.

Dia desses estava passando na Saturnino de Brito,uma via bastante importante de Vitória, e como precisava entrar à direita,estava naquela pista. Na minha frente, um caminhão de som com propaganda de um candidato a deputado, andando a pouco mais de 20km/h. Era um dia útil, próximo das 14h. Resumindo, o candidato estava atrapalhando o trânsito num horário relativamente complicado.

Mas claro que ele não é o único. Tem um candidato a governador cujo escritório central de campanha fica numa rua da Praia do Canto. A rua tem passado por algumas reformas necessárias, e CESAN e prefeitura até que têm respeitado os moradores, pois quando há bloqueio de alguma das pistas colocam sempre uma pessoa para ajudar no controle de tráfego, reduzindo os transtornos.

As obras da CESAN já acabaram e a PMV ainda termina uma pequena intervenção num ponto que não deveria atrapalhar a ninguém.

Não deveria, mas atrapalha. Acontece que este ponto fica muito próximo do comitê do candidato a governador e a equipe que ali trabalha não tem nenhuma noção de respeito às leis de trânsito e muito menos aos moradores.

Carros com adesivos do candidato e de seus correligionários estacionados na esquina diminuem a área disponível para passagem e criam risco de colisão no caso de dois veículos passando em sentidos opostos ao mesmo tempo.

Vans estacionadas a 90º ocupando mais da metade da pista e até mesmo paradas em fila dupla – literalmente no meio da rua – causam transtornos para os moradores de uma rua normalmente tranqüila e de pouco movimento.

Não citei os nomes dos candidatos por duas razões. A primeira é que, como disse antes, não gosto de política e não quero dar a impressão que estou a favor ou contra este ou aquele candidato. A segunda razão é que acho que serei injusto ao citar, pois tenho certeza que estes dois me incomodaram mas outros candidatos agem com a mesma falta de respeito em outros locais, outros horários, atrapalhando outros eleitores.

Mas a pergunta que não quer calar é a seguinte: hoje estes candidatos estão se esforçando para convencer os eleitores a votar neles. Amanhã, se eleitos ou quando eleitos, não precisarão mais de aprovação pública para todos os seus atos. Se hoje, precisando de algo, eles me desrespeitam dessa forma, o que deve acontecer com sua eleição?

Não vale responder “o de sempre”.

Mais esportes.

Gosto muito de esporte. Queria e deveria praticar mais, mas acompanho bastante, e não é só futebol.

E, na minha opinião, em competições de alto nível, o que faz realmente a diferença hoje são os atletas que surpreendem, que fazem não somente além do que se espera, mas diferente do que se espera.

Também acho que tudo isso tem que vir acompanhado de números e resultados.Caso contrário, ou a diferença é eventual ou falta objetividade, aí o atleta vira artista – é uma outra categoria. Prefiro aqueles que são as duas coisas, atleta e artista.

Há algum tempo assisti uma entrevista com o Falcão, do futsal, onde ele falava algo parecido com isso. Disse que teve que mudar seu estilo de jogo, pois todos os dribles fantásticos não necessariamente resultavam em gols ou jogadas de gol, então ele buscou maior objetividade. Se você acompanha futsal sabe que a mudança funcionou. O Falcão é um atleta artista, ou vice-versa, e eu sou seu fã.

Outro atleta celebridade é, sem dúvidas, o Valentino Rossi. Claro que é um cara que usa muito e bem a mídia, mas isso também é ser artista.

Estava assistindo a prova de Moto GP da República Tcheca e o piloto italiano vinha na sétima posição, no segundo pelotão que estava mais de seis segundos atrás do primeiro grupo, formado pelos cinco primeiros colocados.

Neste momento, um telespectador enviou pergunta ao comentarista sobre a situação física do Doctor, fazendo referência à fratura exposta sofrida por ele há poucos meses, e a resposta foi como uma justificativa: que ele ainda não está 100% recuperado, correndo no sacrifício e que dificilmente chegaria entre os cinco.

Terminou a corrida em quinto, o que já seria suficiente para derrubar o comentarista, mas algumas voltas depois da resposta, o mesmo comentarista teve que se corrigir. The Doctor chegou a ser candidato ao pódium. Isso é surpreender. Isso é fazer diferente do que se espera.

E se eu disse que tem que ser acompanhado de resultados, vamos dar uma olhadinha na Wikipedia: “(...)Rossi começou a correr no MotoGP, no Grand Prix da 1996, pela Aprilia, na categoria de 125cc e venceu o seu primeiro campeonato mundial no ano seguinte. A partir de então, transferiu-se para a categoria 250cc, novamente com uma Aprilia, e ganhou o Campeonato Mundial em 1999. Ganhou o Campeonato Mundial de 500c com uma Honda, em 2001. Conquistou os Campeonatos Mundiais de 2002 e 2003 do MotoGP também com uma Honda, e continuou sua conquista de campeonatos do MotoGP em 2004, 2005, 2008 e 2009, depois de deixar a Honda e entrar para a Yamaha.”

Dispensa comentários.